
Policiamento foi
reforçado na cidade por causa do confronto
Um confronto com troca de tiros
entre policiais militares e integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais
Sem-Terra (MST) deixou pelo menos dois mortos na tarde desta quinta-feira (7)
na cidade de Quedas do Iguaçu, região oeste do Paraná. A Polícia Militar (PM)
paranaense e o MST contam versões diferentes sobre como começaram os disparos.
Segundo a PM, duas equipes da corporação
acompanhavam um grupo de funcionários da empresa Araupel no combate a um
incêndio dentro de uma fazenda de celulose da companhia ocupada pelos
sem-terra. O grupo teria sido vítima de uma emboscada organizada por mais de
vinte integrantes do MST e reagiu ao ataque, deixando dois mortos e seis
feridos entre os camponeses. A PM disse ainda que enviou equipes para resgatar
os feridos e remover os corpos das vítimas.
Na versão do MST, cerca de 20 integrantes do
movimento realizavam uma ronda de rotina ao redor do acampamento onde vivem
quando foram surpreendidos por policiais militares, funcionários da Araupel e
seguranças privados, que teriam iniciado os disparos. A assessoria do MST ainda
não sabe confirmar quantas pessoas ficaram feridas e disse que o movimento não
teve acesso ao local do confronto, que estaria ainda cercado pelos PMs. O MST
também negou que tenha havido um incêndio na região. Segundo o movimento, os
camponeses não estavam armados e, portanto, não houve troca de tiros. Apenas a
polícia teria disparado. No entanto, a nota da PM informa que duas armas de
fogo foram apreendidas.
A fazenda da Araupel é motivo de
conflito desde a primeira ocupação do MST no local, em 1996, quando dois
integrantes do movimento também morreram em um confronto com funcionários da
empresa. A área onde o MST está acampado atualmente foi ocupada há cerca de
dois anos e é razão de briga judicial entre a Araupel e o movimento.

Segundo a Araupel,
mais de 1,2 milhão de mudas de pinos para reflorestamento foram destruídas
durante a ação do MST
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