terça-feira, 22 de abril de 2025

Após morte de Francisco, saiba quando conclave para escolha de novo papa deve acontecer

Com o fim dos ritos do velório e sepultamento do pontífice, Vaticano passará por um período de luto.

Imagem mostra grupo de cardeais desfocados, ilustrando conclave para escolha de novo papa após morte de Francisco

Reunião é formada por 135 religiosos votantes, podendo ser sete deles brasileiros

O conclave, ritual que reunirá 135 cardeais eleitores na Capela Sistina para designar o sucessor do Papa Francisco, ainda não tem data definida pelo Vaticano.
As normas da Igreja Católica indicam que o evento deve começar entre o 15º e o 20º dia após o falecimento, ou seja, entre 5 e 10 de maio, porém, pode ser antecipado se todos os religiosos já estiverem em Roma, na Itália. 
Após os ritos do velório e sepultamento do pontífice, programados para os próximos dias, o Vaticano passará por um período de luto de nove dias, para, então, convocar o Colégio Cardinalício - grupo com todos os cardeais, com direito de voto ou não.
O Papa Francisco faleceu na última segunda-feira (21), vítima de um acidente vascular cerebral (AVC), dias após receber alta de uma longa internação devido a problemas respiratórios.

O que é um conclave - O ritual católico secular marca a eleição de novos papas. O termo deriva das palavras em latim cum clave, que significa "fechado a chave", remetendo à votação secreta para escola do bispo de Roma.
Na ocasião, os 135 cardeais eleitores se reunirão na Capela Sistina, localizada no Palácio Apostólico, e realizarão quatro votações por dia, sendo duas pela manhã e duas à tarde.
As cédulas contendo os votos e as anotações feitas pelos cardeais são destruídas e queimadas pelo camerlengo, principal dirigente do Vaticano que assume o papado interinamente. Atualmente, o cargo é ocupado pelo irlandês Kevin Farrell.
Os cardeais ficam instalados na Casa Santa Marta, mesmo local onde Jorge Mario Bergoglio decidiu viver, ao renunciar ao apartamento papal no Palácio Apostólico.

Como é a votação - Primeiro, há a realização de reuniões gerais nas quais os cardeais participam e discutem os problemas da Igreja e do mundo atual. A partir dali, começam-se a delinear perfis que assumam o papel de bispo de Roma.
Em seguida, acontece a votação na Capela Sistina, na qual participam somente os cardeais com menos de 80 anos. O número máximo de cardeais eleitores é estabelecido em 120, embora atualmente haja 135 com direito a voto, sendo sete deles brasileiros, - e, como no passado, podem ser concedidas exceções.
Normalmente, o novo papa é escolhido entre cardeais que estão na capela, mas não há regras que impeçam que alguém que está fora seja eleito.
No dia do conclave, da votação a portas fechadas, os cardeais dirigem-se à Basílica de São Pedro para a missa presidida pelo decano do Colégio Cardinalício, que atualmente é o italiano Giovanni Battista Re.
Então, eles seguem em procissão para a Capela Sistina, preparada com bancos para as votações e o fogareiro onde serão queimadas as cédulas e anotações. Nessa etapa, é proibido o uso de dispositivos eletrônicos ou qualquer contato com o exterior.
Durante o ritual, cada cardeal escreve o nome do escolhido em um papel retangular e deposita em uma urna. Após a sessão, dois apuradores abrem os papéis e leem silenciosamente os nomes, enquanto um terceiro os pronuncia em voz alta. As cédulas são furadas, amarradas umas às outras e queimadas no fogareiro.

Fumaça preta e branca - Durante as votações do conclave, a chaminé da Capela Sistina, que pode ser observadas pelos fiéis da Praça de São Pedro, emite uma fumaça preta se ninguém ainda tiver sido escolhido.
Caso um candidato tenha conquistado dois terços dos votos, uma fumaça branca produzida com produtos químicos anuncia ao mundo que "habemus papam".
Após três dias sem uma definição, as reuniões são suspensas para um dia de oração, seguido por novas rodadas de votação até a eleição final.
O conclave mais longo da história demorou 33 meses, quase três anos, para eleger Beato Gregório X como papa, em 1271.

Habemus Papam - Ao ser eleito, o cardeal deverá responder a duas perguntas do decano: "Aceita sua eleição canônica para Sumo Pontífice" e "Como deseja ser chamado". Caso responda "sim" à primeira, torna-se papa e bispo de Roma.
Um por um, os cardeais expressam um gesto de respeito e obediência ao novo papa, antes do anúncio aos fiéis.
Da varanda da basílica de São Pedro, o cardeal protodiácono anuncia "Habemus papam". Em seguida, o novo pontífice aparece e pronuncia a bênção "urbi et orbi" (À cidade e ao mundo).

Brasileiros que devem votar no conclave - O Brasil tem oito cardeais que integram o Colégio Cardinalício, sendo cinco nomeados pelo papa Francisco e três pelo pontífice anterior, Bento XVI.
Somente um deles não é votante: dom Raymundo Damasceno Assis, atual arcebispo emérito de Aparecida (SP), que tem 87 anos. Dom Damasceno foi nomeado por Bento XVI e participou do conclave que escolheu o Papa Francisco, em 2013.

Abaixo, confira os sete cardeais brasileiros que podem votar no ritual

João Braz de Aviz, 77 anos, arcebispo emérito de Brasília

Odilo Scherer, 75 anos, arcebispo de São Paulo

Leonardo Ulrich Steiner, 74 anos, arcebispo de Manaus

Orani Tempesta, 74 anos, arcebispo do Rio de Janeiro

Sérgio da Rocha, 65 anos, arcebispo de Salvador, primaz do Brasil por conduzir a arquidiocese mais antiga do país

Jaime Spengler, 64 anos, arcebispo de Porto Alegre e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)

Paulo Cezar Costa, 57 anos, arcebispo de Brasília

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