Organizado por Ricardo Albuquerque, livro reconstitui relação estreita do cangaço com as mídias
A história do cangaço vem desde meados do século XVIII, quando José Gomes, o Cabeleira, imortalizado pelo livro de Franklin Távora, aterrorizava as populações rurais de Pernambuco. Entretanto, ao falar sobre o cangaço, o pensamento remonta quase instantaneamente à figura de Virgulino Ferreira da Silva, o famoso Lampião, morto em 1938: o grande chapéu de aba quebrada enfeitado com medalhas de ouro e prata, os cintos cruzados no peito à mexicana e bolsas de couro.
Entre Cabeleira e Lampião, outros nomes passam quase esquecidos, como o de Lucas da Feira e Jesuíno Brilhante. Qual a razão de, entre tantos homens, lembrarmos de Lampião e seu jeito espalhafatoso de se vestir quando nos referimos ao cangaço? Para o jornalista e escritor Moacir Assunção, a resposta é clara: ele e seu bando viveram em uma época em que já existiam veículos de comunicação de massa, como revistas, cinema, jornais e livros, além da vasta literatura de cordel.
Essa estreita relação entre Lampião e a comunicação de massa é o que se destaca em "Iconografia do Cangaço", livro organizado pelo fotógrafo Ricardo Albuquerque, com textos dos pesquisadores Ângelo Osmiro e Rubens Fernandes Júnior, além do próprio Moacir Assunção, que será lançado hoje, no L´Ô Restaurante.
Descrito como um "verdadeiro mestre do que poderíamos chamar hoje de marketing pessoal", o líder cangaceiro soube como poucos se valer de uma invenção popularizada no início do século XX: a fotografia.
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