quinta-feira, 23 de maio de 2013

Mãe dorme em banheiro para evitar agressão de filho viciado em crack

Uma idosa de 70 anos de Casa Branca (SP) dorme há um mês no banheiro para evitar o contato com o filho viciado em crack. O homem de 30 anos chega em casa alterado e a mãe teme novas agressões. Ela tenta interná-lo, mas não consegue vaga. O Departamento Municipal de Saúde e Medicina Preventiva da cidade afirmou que busca um lugar para o tratamento do rapaz e que entrará em contato com a família ainda esta semana. Toda noite, por volta das 21h, a aposentada Eva de Jesus Alves Marcelino se tranca no banheiro e permanece lá até as duas horas da madrugada, quando o filho retorna da rua. A idosa, que sofre com problemas de saúde, como hipertensão e diabetes, convive com esse problema do filho há anos. Ele começou a consumir drogas aos 14 anos. Primeiro experimentou maconha, depois passou a consumir cocaína e faz uso do crack. A mãe disse ainda que já sofreu agressões algumas vezes, como empurrões.

Dona Eva se tranca no banheiro com medo de sofrer novas agressões (Foto: Oscar Herculano Jr/EPTV)
Dona Eva se tranca no banheiro com medo de sofrer novas agressões

Dona Eva mora com o filho e uma filha de 50 anos no bairro São Bernardo. Na casa, quase não há móveis, porque o rapaz vende tudo para comprar drogas. A mãe já perdeu televisão, câmera fotográfica, fogão. Prisão - Sandra disse que o cunhado já foi preso algumas vezes por roubo e furto. Na última vez, entrou em uma padaria do bairro e levou um pote de iogurte sem pagar. Ficou detido um ano e ganhou a liberdade há dois meses e meio. De lá para cá os problemas recomeçaram e a situação piorou.

Botijão de gás fica preso a corrente para não ser trocado por droga (Foto: Oscar Herculano Jr/EPTV)
Botijão de gás fica preso a corrente para não ser
trocado por droga 
Dona Eva tem seis filhos. Dois deles moram no fundo do mesmo terreno. Os filhos também temem pela segurança da mãe, mas não conseguem fazer nada quando o irmão chega em casa alterado. Apesar da situação, a idosa, que é viúva há 15 anos e recebe uma pensão de R$ 678, não quer deixar a residência onde vive porque tem medo que o filho dê fim ao que restou.
“Eu tenho medo de sair e deixar ele. Ele não faz uma comida e na rua ele não tem. Queria mesmo uma internação e que ele saísse de lá somente quando estivesse curado. Tenho fé de que isto pode acontecer”, disse a mãe.

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