Bruna Silva Gobbi, 18, morta após ser atacada por um tubarão na praia de Boa Viagem, no Recife, na segunda-feira (22), foi alertada pelos guarda-vidas do Corpo de Bombeiros de que estava numa área perigosa da praia
O procurador-geral do Estado de Pernambuco, Thiago Norões, garantiu nesta quinta-feira, 25, que o Estado fará uma "defesa intransigente" diante de uma eventual ação que tente responsabilizá-lo pela morte da turista paulista Bruna da Silva Gobbi, causada por um ataque de tubarão, na segunda-feira, 22, na praia de Boa Viagem, cartão postal do Recife. "Não podemos admitir que se abra um precedente como este", afirmou ele. "Assim, o Estado poderá ser responsabilizado por qualquer acidente trágico para o qual não contribuiu."
"Ocorreu uma tragédia, mas é fato notório, de conhecimento internacional, que a área do litoral recifense é sujeita a ataques de tubarão", afirmou ele. "A moça foi alertada para não entrar no mar, não sabia nadar, não seguiu a orientação dos salva-vidas, foi arrastada e não conseguiu voltar".
Norões destacou que há 88 placas de advertência do perigo na faixa litorânea com risco de ataque de tubarão e que o Estado fez tudo o que podia. "Houve rápida ação de resgate". Ele disse que o Estado de Pernambuco está solidário, compreende que a perda é irreparável, mas não vê viabilidade na ação.
O tio de Bruna, o comerciante Davi Leonardo Alves, anunciou que vai impetrar uma ação contra o governo. Está reunindo informações sobre o assunto e na próxima semana deverá contratar um advogado. Ele informou que um dos principais argumentos do processo indenizatório será a inoperância do barco Sinuelo, que monitora a presença de tubarões no litoral metropolitano. A atividade do barco estava suspensa por falta de recursos. O Sinuelo deve voltar à ativa na próxima semana.
Davi Alves está convencido de que houve responsabilidade do governo e alega, por exemplo, que se o barco estivesse em atividade, a sobrinha não teria sido atacada.
Desde 1992 ocorreram 59 ataques de tubarão no litoral pernambucano, com 24 mortes, em uma faixa de 30 quilômetros - da praia do Carmo, em Olinda, à praia do Paiva, no município metropolitano do Cabo de Santo Agostinho.
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