sexta-feira, 26 de julho de 2013

PE nega responsabilidade em morte de jovem por ataque de tubarão

  • Bruna Silva Gobbi, 18, morta após ser atacada por um tubarão na praia de Boa Viagem, no Recife, na segunda-feira (22), foi alertada pelos guarda-vidas do Corpo de Bombeiros de que estava numa área perigosa da praia
    Bruna Silva Gobbi, 18, morta após ser atacada por um tubarão na praia de Boa Viagem, no Recife, na segunda-feira (22), foi alertada pelos guarda-vidas do Corpo de Bombeiros de que estava numa área perigosa da praia
O procurador-geral do Estado de Pernambuco, Thiago Norões, garantiu nesta quinta-feira, 25, que o Estado fará uma "defesa intransigente" diante de uma eventual ação que tente responsabilizá-lo pela morte da turista paulista Bruna da Silva Gobbi, causada por um ataque de tubarão, na segunda-feira, 22, na praia de Boa Viagem, cartão postal do Recife. "Não podemos admitir que se abra um precedente como este", afirmou ele. "Assim, o Estado poderá ser responsabilizado por qualquer acidente trágico para o qual não contribuiu."
"Ocorreu uma tragédia, mas é fato notório, de conhecimento internacional, que a área do litoral recifense é sujeita a ataques de tubarão", afirmou ele. "A moça foi alertada para não entrar no mar, não sabia nadar, não seguiu a orientação dos salva-vidas, foi arrastada e não conseguiu voltar".
Norões destacou que há 88 placas de advertência do perigo na faixa litorânea com risco de ataque de tubarão e que o Estado fez tudo o que podia. "Houve rápida ação de resgate". Ele disse que o Estado de Pernambuco está solidário, compreende que a perda é irreparável, mas não vê viabilidade na ação.
O tio de Bruna, o comerciante Davi Leonardo Alves, anunciou que vai impetrar uma ação contra o governo. Está reunindo informações sobre o assunto e na próxima semana deverá contratar um advogado. Ele informou que um dos principais argumentos do processo indenizatório será a inoperância do barco Sinuelo, que monitora a presença de tubarões no litoral metropolitano. A atividade do barco estava suspensa por falta de recursos. O Sinuelo deve voltar à ativa na próxima semana.
Davi Alves está convencido de que houve responsabilidade do governo e alega, por exemplo, que se o barco estivesse em atividade, a sobrinha não teria sido atacada.
Desde 1992 ocorreram 59 ataques de tubarão no litoral pernambucano, com 24 mortes, em uma faixa de 30 quilômetros - da praia do Carmo, em Olinda, à praia do Paiva, no município metropolitano do Cabo de Santo Agostinho.

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