
Gilvan
da Conceição Silva, 39 anos, vendeu o carro sorteado por R$ 170 mil
Sorteado com um Chevrolet Camaro amarelo, avaliado em R$ 210 mil, em Vitória da Conquista (BA), o carroceiro Gilvan da Conceição Silva, 39 anos, chegou a tirar dinheiro até da merenda dos três filhos para comprar as cartelas de R$ 10 do concurso. O sorteio ocorreu no dia 22 deste mês e, nesta quinta-feira (16), ele transferiu o veículo para o comprador, que apareceu logo após ele receber o prêmio. O Camaro foi vendido por R$ 170 mil e, com o dinheiro, ele vai comprar uma carroça nova e outro cavalo, para "aposentar" seu velho companheiro de trabalho, que curiosamente se chama Amarelo. Gilvan quer investir também na educação dos filhos e comprar um terreno para construir uma casa, já que a residência onde mora é de herdeiros. Outra parte do dinheiro será investida numa viagem de três meses que ele pretende fazer com a família, a partir desta sexta, entre Alagoas e Pernambuco. Com o dinheiro, ele pode, pela primeira vez, comprar presentes de Natal para os três filhos (um menino de 13 anos, e duas meninas, uma de 11 e outra de 9 anos) e fazer uma ceia com direito a frango.

"Vim para Vitória da Conquista trabalhar na colheita do café. Sou de Serra Talhada (PE). Depois que passou a colheita, fiquei sem emprego. Tenho um problema na perna e acho que, por isso, nenhuma firma me contrata. Acabei virando carroceiro e estou nessa profissão há uns 20 anos", disse.
Do dinheiro do trabalho como carroceiro, ele tira entre R$ 30 a R$ 50 por semana, e diz estar sempre trabalhando, "faça chuva ou faça sol", carregando lenha, entulho, material de construção, móveis - o que aparecer.
A mulher de Gilvan, Maria Edna Vilas Boas dos Santos, trabalha com ele e cata material reciclável, que transporta na carroça também. No final do mês, eles tiram cerca de R$ 400. "Nunca pensei em ficar rico, apenas dar uma condição melhor para minha família, e de tanto apostar na sorte acabei ganhando um Camaro amarelo, uma máquina em forma de carro. Mas nem sei dirigir. Tive carro uma vez só, quando fui sair bati num muro e acabei deixando pra lá". O carroceiro disse que está há um ano apostando na sorte. "Várias contas minhas ficaram atrasadas para que eu pudesse fazer os pagamentos. Deixei de pagar a água, o aluguel do pasto onde fica meu cavalo Amarelo, e para comprar a cartela que me deu o prêmio, deixei de comprar até a merenda das crianças. Ainda bem que valeu a pena." Gilvan disse que tinha perdido as esperanças de ganhar o prêmio, mas quatro dias antes do sorteio sonhou com um monte de notas de R$ 100 e ficou confiante. "No dia do sorteio, fiz questão de marcar os números. Nas outras, eu sempre ia marcar, mas acabava deixando pra lá, ia beber e quem acabava marcando era minha esposa. Fui marcando, até que acabou o sorteio e vi que tinha faltado um número, o 35. Achei que tinha perdido de novo, fiquei chateado e joguei a cartela no chão, com raiva. Mas minha mulher veio falar comigo e disse que o número 35 tinha saído, e eu dizendo que não. Até que ela me convenceu e depois foi falado meu nome no sorteio, dizendo que eu tinha ganhado. Fiquei mudo, sem reação, sem conseguir falar nada. Apenas abraçava minha esposa".
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