terça-feira, 24 de junho de 2014

Fogo cruzado - Record paga R$ 10 mil por entrevista e usa Russo para atacar a concorrente Globo

Há três meses no ar, o Domingo Show é um programa que faz do sensacionalismo e da exploração do drama alheio a sua matéria prima. Todos os domingos, o apresentador Geraldo Luis repete a fórmula. Durante mais de uma hora, enrola o público em torno de uma história de apelo popular, quase sempre envolvendo alguma pessoa outrora muito conhecida e hoje um tanto esquecida. No último domingo (22), a atração da Record fez miséria da desgraça de Antônio Pedro de Souza e Silva, o Russo. Durante 46 anos, Russo foi operador de áudio e assistente de palco da Globo. E é da era de Chacrinha, encerrada no final dos anos 1980. No programa, fazia o papel que o anão Marquinhos faz no show de Geraldo Luis, o de palhaço sem maquiagem e aberração. Aos 83 anos, Russo se aposentou há mais de 20, mas mesmo assim continuou trabalhando na Globo. Passou pelo Domingão do Faustão, Xuxa e Caldeirão do Huck. Em março deste ano, depois de sofrer um infarto no trabalho, a Globo o obrigou a ficar em casa e bloqueou seu crachá, o impedindo de entrar no Projac, a central de estúdios da Globo. O drama de Russo, inegavelmente, é notícia. Mas na boca da Record soa a oportunismo. A emissora usou a dor de Russo para atacar a Globo, sua principal concorrente. Numa imagem simbólica, o crachá de Russo na Globo foi quebrado ao meio pelos computadores da Record.  A mensagem que a Record quis passar foi a de que a Globo descarta seus "talentos" sem a menor cerimônia quando eles ficam velhos e não servem mais. Nas entrelinhas, disse que a Globo é cruel, desumana.  No final, Geraldo Luis, que trabalha cercado por anão, um galo, uma "candinha" e até um sujeito fantasiado de morte, se desculpou com Russo E entregou um cheque de R$ 10 mil para ajudá-lo. A entrevista foi paga no palco, sem cerimônias. 

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