
Cláudio Guerra observa foto de acidente que causou a morte
da estilista Zuzu Angel
O ex-delegado do Departamento da
Ordem Política e Social (Dops) do Espírito Santo, Cláudio Antônio Guerra,
envolvido em assassinatos cometidos durante a ditadura militar (1964-1985),
afirmou nesta quarta-feira (23) que carregou no porta-mala de seu carro, um
chevette, para serem incinerados, os
corpos de 13 perseguidos pelo regime mortos por agentes policiais. Em
depoimento à Comissão Nacional da Verdade (CNV), ele reconheceu as imagens de
19 vítimas da ditadura. De acordo com Guerra, desses 19 corpos, 13 foram
carregados por ele para incineração na Usina de Açúcar de Cambaíba, em Campos
dos Goytacazes, no Rio de Janeiro. Dos 13, disse ter sido o autor do
assassinato de um. O ex-delegado também afirmou ter matado outras cinco ou seis
pessoas. Segundo Guerra, os corpos eram retirados de um quartel onde as vítimas
eram torturadas, no Rio de Janeiro, e da Casa da Morte, em Petrópolis, também
destinada a ações de tortura e assassinato.
O ex-delegado foi chamado para
prestar depoimento para que a Comissão Nacional da Verdade pudesse checar
informações prestadas por ele anteriormente sobre o paradeiro das vítimas da
chamada Casa da Morte de Petrópolis; sobre o caso da bomba que explodiu no
estacionamento do Riocentro, no Rio; e sobre a morte da estilista Zuzu Angel.
Os três episódios foram abordados em relatórios preliminares da CNV, divulgados
nos últimos meses. Cláudio Guerra está entre os seis denunciados pelo
Ministério Público Federal por envolvimento na explosão no estacionamento do
Riocentro, na Zona Oeste do Rio, em abril de 1981. A bomba explodiu dentro de
um carro no estacionamento e matou o sargento Guilherme Pereira do Rosário.
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