terça-feira, 21 de outubro de 2014

ESTIAGEM - Castanhão vive o pior momento desde a construção

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A água recuou da parede cerca de cinco metros; no local já é possível caminhar

A imagem do maior reservatório hídrico de múltiplos usos do País, o Castanhão, impressiona durante seu momento mais crítico. O açude está com apenas 30% da capacidade, muito diferente de há cinco anos, quando atingiu 97,8% do potencial de armazenamento. Na área de comportas, é possível caminhar por dentro da represa, onde a água recuou da parede cerca de 150 metros. Mesmo com a nítida imagem de esvaziamento acelerado, a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Estado (Cogerh) informou, por meio da assessoria de imprensa, que a situação do Castanhão não causa preocupação, já que o reservatório tem grandes dimensões e ainda possui muita água armazenada.
Perímetro irrigado - O Açude Castanhão é o maior reservatório do Ceará e o principal responsável pelo abastecimento da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), além de manter a produção irrigada no perímetro irrigado Jaguaribe Apodi, no Vale do Jaguaribe. As primeiras notícias do baixo volume do Castanhão foram destaque na mídia nacional, quando partes da antiga cidade de Jaguaribara, inundada para dar lugar ao reservatório, ficaram emersas, em março de 2013. Ao longo deste ano o baixo volume do açude causou perdas na piscicultura, responsável por cerca de 50% da produção de tilápia do Ceará. Em julho deste ano novas áreas da Velha Jaguaribara reapareceram.
Contraste - A situação é muito diferente da vivida em maio de 2009, quando o Castanhão chegou quase ao limite da capacidade. Até mesmo em março de 2011, último ano de boas chuvas antes da seca que começou em 2012, o açude registrava cota de 101,7 metros, acima do nível do mar, com 71% da sua capacidade. Em apenas três anos e meio, o volume caiu para 30,78%, equivalentes a pouco mais de dois milhões de metros cúbicos de água. Atualmente, onde antes havia água em abundância, hoje é chão coberto por uma camada de algas secas.

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