
A água recuou da
parede cerca de cinco metros; no local já é possível caminhar
A imagem do maior reservatório
hídrico de múltiplos usos do País, o Castanhão, impressiona durante seu momento
mais crítico. O açude está com apenas 30% da capacidade, muito diferente de há
cinco anos, quando atingiu 97,8% do potencial de armazenamento. Na área de
comportas, é possível caminhar por dentro da represa, onde a água recuou da
parede cerca de 150 metros. Mesmo com a nítida imagem de esvaziamento
acelerado, a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Estado (Cogerh)
informou, por meio da assessoria de imprensa, que a situação do Castanhão não
causa preocupação, já que o reservatório tem grandes dimensões e ainda possui
muita água armazenada.
Perímetro irrigado - O Açude
Castanhão é o maior reservatório do Ceará e o principal responsável pelo
abastecimento da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), além de manter a
produção irrigada no perímetro irrigado Jaguaribe Apodi, no Vale do Jaguaribe. As
primeiras notícias do baixo volume do Castanhão foram destaque na mídia
nacional, quando partes da antiga cidade de Jaguaribara, inundada para dar
lugar ao reservatório, ficaram emersas, em março de 2013. Ao longo deste ano o
baixo volume do açude causou perdas na piscicultura, responsável por cerca de
50% da produção de tilápia do Ceará. Em julho deste ano novas áreas da Velha
Jaguaribara reapareceram.
Contraste - A situação é muito
diferente da vivida em maio de 2009, quando o Castanhão chegou quase ao limite
da capacidade. Até mesmo em março de 2011, último ano de boas chuvas antes da
seca que começou em 2012, o açude registrava cota de 101,7 metros, acima do
nível do mar, com 71% da sua capacidade. Em apenas três anos e meio, o volume
caiu para 30,78%, equivalentes a pouco mais de dois milhões de metros cúbicos
de água. Atualmente, onde antes havia água em abundância, hoje é chão coberto
por uma camada de algas secas.
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