sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Policial que simulou assassinato em Macapá diz que se 'sentiu famosa'

PM Emily no dia da simulação (esquerda) e no exercício da função (Foto: John Pacheco/G1, Cássio Albuquerque/G1)
PM Emily no dia da simulação (esquerda) e no exercício da função

A cabo da Polícia Militar Emily Monteiro, de 25 anos, diz que se sentiu famosa após participar da simulação feita pela corporação na manhã da última quarta-feira (15) na Praça da Bandeira, no Centro de Macapá. Na encenação, a militar foi assassinada pelo marido, que depois matou o suposto amante da mulher e em seguida se matou. O episódio assustou a população que passava pelo local. As mortes fictícias chegaram a ser veiculadas como verdadeiras por alguns órgãos de imprensa.

Trio de policiais que participaram de simulação no Centro de Macapá (Foto: Cassio Albuquerque/G1)
Trio de policiais que participou da simulação no Centro de Macapá

"Algumas pessoas que se desesperaram e começaram a levantar hipóteses sobre o acontecido. Uma mulher, ao me ver jogada no chão, preferiu elogiar o meu sapato do que tentar prestar socorro. Mas, no fim, a reação das pessoas foi muito positiva. Quando foi anunciada a simulação fomos aplaudidos e todo mundo queria saber se estávamos bem. Eu me senti famosa porque depois do ocorrido muita gente quis tirar foto comigo", comemorou Emily.

Polícia Militar simulou morte de casal a tiros no Centro da capital (Foto: John Pacheco/G1)
Polícia Militar simulou morte de casal a tiros no Centro da capital

O trabalho de encenação fez parte de uma atividade do Curso de Formação de Cabos da PM para a disciplina valorização da prova e preservação do local do crime. Segundo a coordenação do curso, 45 militares estavam envolvidos na ação que foi planejada em duas semanas. Emily falou que a turma pensou em tudo, desde a maquiagem para simular o sangue até a forma em que ocorreriam essas mortes. "Foi a primeira vez que realizamos uma atividade dessa natureza fora do comando da polícia. O objetivo era saber de que forma a população e a imprensa iria reagir ao fato", disse a cabo, que atua como PM há seis anos. Antes da simulação, a equipe informou ao Centro Integrado de Operações em Defesa Social (Ciodes), que é responsável em atender às denúncias do 190, sobre o ocorrido. Mesmo assim, várias viaturas da polícia e do Corpo de Bombeiros chegaram até o local. O autor dos homicídios na encenação, o cabo Almir Midões, disse que recebeu instruções práticas e psicológicas para realizar a ação, sem que a população percebesse que se tratava de ficção.

Homem traído teria matado mulher, amante e em seguida se suicidado (Foto: John Pacheco/G1)
Homem traído teria matado mulher, amante e em seguida praticado suicídio

"As reações foram muito diferentes, desde gente que pedia socorro ou até mesmo de pessoas que disseram que eu não deveria ter feito isso e outras que me chamaram até de corno", contou o militar, que atua como PM há 12 anos. O cabo Sandro Figueiredo, que interpretou o suposto amante da mulher, avaliou o trabalho de forma positiva e disse que o aprendizado servirá na atuação de futuras diligências. "Somos preparados para enfrentar diversas situações em toda a cidade. Toda essa preparação foi para melhorar a qualidade do nosso trabalho", falou o cabo, que está desde 2004 na corporação. O trio de policiais foi aprovado junto com outros 87 militares no curso de formação de cabos no Comando da PM. A turma deverá se formar em novembro de 2014.

Simulação foi organizada pela turma de cabos da Polícia Militar do Amapá (Foto: Cassio Albuquerque/G1)
Simulação foi organizada pela turma de cabos da Polícia Militar do Amapá

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