quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Indonésia - Brasil tenta salvar condenado - Aposta é convencer autoridades do país asiáticos que Rodrigo Gularte é esquizofrênico

No corredor da morte

A pedido do governo brasileiro, médicos da Indonésia fizeram uma avaliação psicológica em Rodrigo Gularte, o paranaense que está no corredor da morte no país por tráfico de drogas. É uma tentativa de convencer as autoridades asiáticas de que o jovem é esquizofrênico. A Indonésia é um país formado por 17 mil ilhas. Berço de diversos reinos budistas e hindus, o arquipélago já foi colônia da Holanda e do Japão e hoje tem a maior população muçulmana proporcional do planeta. O misticismo apresentado aos turistas serve para encobrir uma sociedade conservadora e, muitas vezes, intolerante e fundamentalista. Manifestações de muçulmanos radicais muitas vezes terminam em agressões a cristãos, minoria no país. Pode até parecer contraditório, mas o uso e a venda de entorpecentes são tão comuns na Indonésia, que adota a pena capital, quanto em países como o Brasil, onde traficantes e usuários tem penas brandas. As duras leis historicamente tem produzido dois efeitos: o preço exorbitante das drogas e os ganhos estratosféricos dos traficantes que são bem-sucedidos - o que alimenta o sonho de muitos criminosos.

Rota do tráfico iniciada em Florianópolis

 No começo da década passada, era nas praias de Florianópolis que traficantes do Rio de Janeiro e de São Paulo vinham recrutar mão de obra barata para atuar como mulas do tráfico internacional. Eles levavam cocaína para a Europa e traziam ecstasy de lá. Eram chamados de cavalos, entre si, porque todos eram filhos de classe média e não admitiam o uso da palavra mula. Eles tinham acesso aos melhores restaurantes e viagens internacionais. Alguns deles viviam de mesada e estavam buscando ali uma forma de obter um valor elevado de uma maneira mais fácil. Devido ao perfil dos traficantes, a investigação foi chamada de Operação Playboy: policiais se infiltraram em festas de música eletrônica e conseguiram prender pequenos vendedores de ecstasy. Dimitrius Papageorgiou, um dos principais recrutadores em Florianópolis na época, foi quem pagou a viagem de Rodrigo Gularte para a indonésia em 2004. O paranaense foi preso ao chegar em Jacarta com cocaína dentro da prancha de surf, e agora está no corredor da morte. Marco Archer também começou trabalhando para o greco-brasileiro, mas de olho nos lucros decidiu tocar o negócio por conta própria, o que era bastante comum. O perfil, era sempre o mesmo: garotões que levavam uma vida de luxos e exageros. Muitas vezes, se apresentavam a sociedade como esportistas, mas na prática forneciam drogas para diversos países. Marco Acher foi preso em 2004 em Bali, com cocaína escondida na asa delta. Após diversos pedidos de clemência negados, foi fuzilado no último dia 17. Já Dimitrius, foi preso e processado no Brasil. Entre 2003 e 2005, foram mais de 60 prisões em flagrante. Muitas células de traficantes foram extintas, mas alguns envolvidos no esquema continuam em atividade.

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