segunda-feira, 23 de março de 2015

PM que matou vizinha foi alvo de 5 boletins - Família diz ter feito queixas contra ele


A família da mulher morta no último domingo (22) durante uma briga de vizinhos, no Jaçanã (Zona Norte de SP), já tinha registrado cinco boletins de ocorrência contra o policial militar suspeito. Ele atingiu Jurema Cristiane Bezerra da Silva, de 39 anos, com um tiro no peito. O cabo feriu ainda o irmão da vizinha e a nora dela, que estava grávida - os médicos conseguiram retirar o bebê com vida. Os envolvidos na briga se conheciam desde criança. As famílias, que moram há muitos anos na mesma rua, viviam em desavença há um ano. Uma irmã do PM invadiu uma residência da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) Jova Rural, também na Zona Norte de SP. Posteriormente, a casa foi entregue pela CDHU a uma sobrinha de Jurema, dando início ao conflito entre as famílias. O vendedor Luiz Carlos Bezerra, irmão de Jurema, contou ter procurado a delegacia e uma denúncia na Corregedoria da Polícia Militar. “Com agressões físicas. As agressões verbais foram constantes, apontou a arma por diversas vezes até que resultou nesse crime bárbaro”. O marido de Jurema, Antônio João Agostinho, afirmou que chegou a fazer uma queixa no batalhão onde o cabo prestava serviços. “Foi feita uma reclamação com o próprio comandante dele. Eu estive com a minha esposa tanto no batalhão quanto na corregedoria”.

Celular foi destruído por tiro; Jurema foi morta após discussão com cabo da PM. (Foto: Reprodução/TV Globo)
Celular foi destruído por tiro

O cabo, que estava de folga no dia do crime, foi transferido nesta segunda-feira (23) para o presídio Militar Romão Gomes. Ele se entregou e foi indiciado por homicídio doloso, quando tem intenção de matar, e duas tentativas de homicídio. A corporação analisa a conduta do policial e disse que ele pode ser expulso caso fique comprovado sua participação no crime. Os parentes acreditam que a tragédia poderia ter sido evitada. “Eu quero justiça porque o que ele fez foi totalmente injusto e cruel”, disse Danilo da Silva Agostinho, filho de Jurema.

Grávida - Um outro irmão de Jurema, um adolescente de 17 anos, levou um tiro de raspão nas costas. A nora de Jurema, Gabriela Rocha, de 18 anos, que estava grávida, também foi baleada no rosto e na barriga. Gabriela foi levada para o Hospital São Luiz Gonzaga em estado grave. Os médicos conseguiram retirar o bebê com vida. A menina, que nasceu aos seis meses, foi para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O estado de saúde de mãe e filha era considerado regular. Jurema era mãe de cinco filhos e cursava sua terceira faculdade. “Minha mãe sempre foi estudiosa, sempre pensou no futuro. Fez faculdade de direito, esses dias terminou de farmácia e já estava em odonto. O sonho dela era nos ver na faculdade”.

Jurema e a nora Gabriela (Foto: Reprodução/TV Globo)
Jurema e a nora Gabriela

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