A família da mulher morta no
último domingo (22) durante uma briga de vizinhos, no Jaçanã (Zona Norte de
SP), já tinha registrado cinco boletins de ocorrência contra o policial militar
suspeito. Ele atingiu Jurema Cristiane Bezerra da Silva, de 39 anos, com um
tiro no peito. O cabo feriu ainda o irmão da vizinha e a nora dela, que estava
grávida - os médicos conseguiram retirar o bebê com vida. Os envolvidos na
briga se conheciam desde criança. As famílias, que moram há muitos anos na
mesma rua, viviam em desavença há um ano. Uma irmã do PM invadiu uma residência
da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) Jova Rural, também
na Zona Norte de SP. Posteriormente, a casa foi entregue pela CDHU a uma
sobrinha de Jurema, dando início ao conflito entre as famílias. O vendedor Luiz
Carlos Bezerra, irmão de Jurema, contou ter procurado a delegacia e uma
denúncia na Corregedoria da Polícia Militar. “Com agressões físicas. As
agressões verbais foram constantes, apontou a arma por diversas vezes até que
resultou nesse crime bárbaro”. O marido de Jurema, Antônio João Agostinho,
afirmou que chegou a fazer uma queixa no batalhão onde o cabo prestava
serviços. “Foi feita uma reclamação com o próprio comandante dele. Eu estive
com a minha esposa tanto no batalhão quanto na corregedoria”.
Celular foi destruído
por tiro
O cabo, que estava de folga no
dia do crime, foi transferido nesta segunda-feira (23) para o presídio Militar
Romão Gomes. Ele se entregou e foi indiciado por homicídio doloso, quando tem
intenção de matar, e duas tentativas de homicídio. A corporação analisa a
conduta do policial e disse que ele pode ser expulso caso fique comprovado sua
participação no crime. Os parentes acreditam que a tragédia poderia ter sido
evitada. “Eu quero justiça porque o que ele fez foi totalmente injusto e
cruel”, disse Danilo da Silva Agostinho, filho de Jurema.
Grávida - Um outro irmão de
Jurema, um adolescente de 17 anos, levou um tiro de raspão nas costas. A nora
de Jurema, Gabriela Rocha, de 18 anos, que estava grávida, também foi baleada
no rosto e na barriga. Gabriela foi levada para o Hospital São Luiz Gonzaga em
estado grave. Os médicos conseguiram retirar o bebê com vida. A menina, que
nasceu aos seis meses, foi para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O estado
de saúde de mãe e filha era considerado regular. Jurema era mãe de cinco filhos
e cursava sua terceira faculdade. “Minha mãe sempre foi estudiosa, sempre
pensou no futuro. Fez faculdade de direito, esses dias terminou de farmácia e
já estava em odonto. O sonho dela era nos ver na faculdade”.
Jurema e a nora
Gabriela
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