A prática de reduzir intervalos
comerciais para aumentar a audiência chegou ao Jornal Nacional, bastião da
tradição na televisão brasileira. Na semana passada, o principal telejornal do
país chegou a cortar pela metade o número de breaks. A Globo não admite, mas
foi uma estratégia de programação para competir com a novela bíblica Os Dez
Mandamentos, que a Record está exibindo no mesmo horário do JN. A saga sobre
Moisés aumentou a audiência da Record em 50%, de 8 para 12 pontos. O JN caiu
dois pontos (de 26 para 24) em relação à semana anterior. Segundo o Controle da
Concorrência, serviço que monitora a exibição de comerciais na TV, o Jornal
Nacional teve menos intervalos na segunda, terça, quinta e sexta da semana
passada. O número de breaks caiu pela metade: de quatro por dia nas três
semanas anteriores para apenas dois. Na quarta (25), o JN fez as mesmas três
interrupções das outras três quartas-feiras de março. No sábado, dia em que Os
Dez Mandamentos não vai ao ar, manteve a média de intervalos (quatro por
edição). Apesar de o número de intervalos ter caído pela metade em três dias
por semana, a quantidade de publicidade não teve alteração drástica. De acordo
com o Controle da Concorrência, o JN somou na semana passada 42 minutos de
intervalos. Foi mais do que na semana anterior (37 minutos e 41 segundos) e
menos do que na primeira (48 minutos) e segunda (56 minutos e 27 segundos)
semanas do mês. Com menos intervalos, em tese um programa de tevê pode dar mais
audiência, porque reduz a fuga de telespectadores que costumam zapear. A Globo
diz que "o número de breaks do Jornal Nacional muda todos os dias,
dependendo do noticiário".
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