O prefeito de Iguatu, Aderilo
Antunes Alcântara Filho, comunicou oficialmente ao governador Camilo Santana e
ao secretário de Saúde, Carlile Lavor, a impossibilidade de a sua Prefeitura
continuar gerindo o Hospital Regional localizado no Município, por
insuficiência total de recursos. Os documentos, oficializando a decisão de não
poder continuar gerindo o hospital, foram encaminhados ao secretário no dia 30
de março, e ao governador Camilo no dia 9 de abril, segundo Aderilo. Como até
agora ele não obteve qualquer informação para efetivar a transição, na
segunda-feira, na audiência com a promotora Izabel Porto, em Fortaleza, ele vai
começar a cuidar do ingresso de uma ação judicial para obrigar que o Estado
assuma e administre o seu patrimônio. Nesta quarta-feira (15), na Assembleia Legislativa,
o deputado Agenor Neto (foto), ex-prefeito de Iguatu, voltou a falar no
tratamento desigual dispensado pelo Estado, principalmente na área da saúde,
aos municípios sedes de hospitais. Ele citou, além do caso de Iguatu, também o
de Limoeiro do Norte, onde o prefeito Paulo Duarte repete a alegação da falta
de recursos para manter o equipamento que tem no seu Município. Agenor cobrou
uma distribuição mais igualitária de recursos pelo Governo entre as
macrorregiões do Ceará. Na avaliação do parlamentar, municípios da Região Norte
recebem mais atenção por parte do Estado, com até o envio de médicos em aviões
comerciais ao Hospital Regional de Sobral, enquanto cidades de outras regiões
passam por dificuldades.
Quebrados - Na visão do deputado,
é inaceitável que, enquanto os municípios de Iguatu e Limoeiro do Norte
financiam, com recursos próprios, a manutenção de equipamentos de Saúde
regionais em até, respectivamente, R$ 800 mil e R$ 600 mil mensais, a
Prefeitura de Sobral não tenha custos com o hospital de lá. Ele informou que a
Secretaria de Saúde e o Ministério Público Estadual tentaram entrar em acordo
com outros municípios que utilizam os serviços do Hospital de Iguatu para que
eles também contribuíssem para a manutenção do hospital, mas as prefeituras não
aceitaram alegando falta de recursos. Ele
criticou ainda o não cumprimento da promessa do Estado de que, no consórcio
público de Saúde firmado para a manutenção das policlínicas, a participação dos
municípios iria diminuir ao longo do tempo. "Hoje, diminuiu a parcela do
Estado em quase R$ 1 milhão por ano, e a dos municípios continua a mesma. Não
adianta construir prédios novos, hospitais, se não der sustentação aos que já
existem".
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