
O ONS declarou que o
volume de água que hoje passa pela barragem de Sobradinho tem de ser reduzido
imediatamente, ou a principal caixa d'água do Rio São Francisco verá seu volume
útil chegar a zero até setembro deste ano
Depois de o Sistema Cantareira
expor a situação agonizante da crise hídrica em São Paulo e em toda a Região
Sudeste, agora é a vez do reservatório de Sobradinho, na Bahia, o maior do País
em área alagada, correr o risco de ter de usar o "volume morto" para
abastecer a população da Região Nordeste. O cenário de "extrema
gravidade" já alertado pela Agência Nacional de Águas (ANA) foi reforçado
pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Em carta encaminhada ao
Ibama, o órgão declarou que o volume de água que hoje passa pela barragem de
Sobradinho tem de ser reduzido imediatamente. Caso contrário, a principal caixa
d'água do Rio São Francisco verá seu volume útil chegar a zero até setembro
deste ano.
Redução - O Ibama acatou o pedido
do ONS e da Chesf e deu uma autorização especial para Sobradinho ter sua vazão
reduzida para 900 metros cúbicos por segundo (m³/s). Atualmente, a vazão está
em 1.100 m³/s, o que já significa um volume muito abaixo do normal. Pelas
regras de operação firmadas com o Ibama e com a ANA, a represa, em condições
normais de abastecimento e chuvas, tinha de escoar um mínimo de 1.300 m³/s, mas
não consegue atingir esse volume desde abril de 2013, quando passou a operar em
"caráter emergencial". Agora, essa vazão será radicalizada para 900
metros cúbicos, situação jamais vivida por Sobradinho desde a sua fundação, em
1979. Até mesmo em 2001, ano do racionamento de energia, a operação chegou ao
mínimo de 1.000 m³/s.
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