Uma consulta médica terminou em
confusão no Pronto Socorro Municipal de Itapevi, na Grande São Paulo. Na última
segunda-feira, a médica Maria Cristina Bueno Porto, de 56 anos, foi agredida
dentro de um dos consultórios da unidade após se desentender com a filha de uma
paciente. As imagens do rosto da médica com as marcas da agressão foram
enviadas através do WhatsApp do Jornal Extra. — Eu estava atendendo no pronto
socorro e no retorno de uma consulta entrou uma paciente, acompanhada da filha.
Ela havia sido medicada para dores abdominais. Eu estava assinando a liberação
dela quando a filha, no meio da conversa, disse ‘Então, já faz logo a receita
dela de medicação da pressão’. Eu expliquei que esse tipo de procedimento era
no Posto de Saúde e não na emergência. A mãe entendeu e chegou a concordar
comigo. Mas a filha insistiu, dizendo que eu 'tinha mais que fazer mesmo’, de
forma grosseira e bastante hostil. Eu expliquei novamente a ela que o procedimento
não poderia ser feito na emergência, mas ela insistia. Segundo a médica, as
agressões teriam começado verbalmente, após a médica repetir que não poderia
prescrever o medicamento usado pela idosa: — Então, ela me chamou de ignorante.
Eu pedi que ela aguardasse do lado de fora do consultório e ela disse que não
iria sair, mas a mãe mandou que ela saísse. Quando ela insistiu que não ia sair
[do consultório], eu disse que não daria sequencia ao atendimento e não atenderia
mais ninguém. Alguns pacientes, que estavam do lado de fora, reclamaram. Então,
eu levantei e pedi novamente para ela sair. Quando ela saiu, a idosa chegou a
dizer que a filha sempre causava confusão. Ainda segundo Maria Cristina, as
agressões físicas começaram após a saída da idosa. A filha, então, voltou ao
consultório: — Quando a paciente abriu a porta para ir embora, a mulher invadiu
meu consultório, me chamando novamente de ignorante. Pegou um frasco de chá,
que estava em cima da mesa, e jogou com tudo em cima de mim, junto com alguns
papéis. Eu levantei me defendendo. Então, ela enfiou a mão no meu rosto
produzindo os ferimentos.
A médica acionou os policias de
plantão na unidade e as duas foram encaminhadas para a Delegacia de Polícia. A
Polícia Civil de São Paulo informou que o caso está sendo investigado e que
aguarda os laudos dos exames de corpo de delito para encaminhar à justiça. A
Prefeitura de Itapevi informou, em nota, que “repudia qualquer manifestação de
violência e está tomando todas as medidas cabíveis”. Uma averiguação preliminar
será aberta para apurar as informações e diagnosticar os “elementos que
culminaram com o evento”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário