Um policial militar e um ex-PM
foram presos na manhã desta quinta-feira (7) em Carapicuíba, Grande São Paulo,
sob suspeita de participação na chacina na sede da torcida Pavilhão Nove, do
Corinthians, na Zona Norte da capital paulista. Oito pessoas foram assassinadas
no último dia 18. Segundo o DHPP, a chacina ocorreu por dívidas de drogas. Um
dos oito assassinados devia dinheiro para o ex-PM Rodinei Silva, que já tinha
passagem pela polícia por tráfico de drogas. O nome do policial não foi divulgado.
O PM e o ex-PM tiveram a prisão temporária decretada (15 dias, renováveis por
mais 15) e foram levados para a sede do Departamento Estadual de Homicídios e
de Proteção à Pessoa (DHPP). Há mais mandados de prisão contra outros suspeitos,
inclusive policiais. De acordo com o relato de dois dos cinco sobreviventes da
chacina, os criminosos teriam se identificado como "polícia" no
momento em que chegaram à quadra. Os criminosos estavam com o rosto descoberto.
Em seguida, mandaram oito torcedores se ajoelhar e atiraram nas cabeças deles. A
Polícia chegou a informar que a ordem para executar os oito torcedores do
Corinthians partiu de uma facção criminosa que atua dentro e fora dos
presídios. O Ministério Público (MP) de São Paulo acompanha a investigação
policial sobre a chacina. A Promotoria
poderá ter acesso ao inquérito do DHPP.
Mortos - Foram assassinados:
Ricardo Junior Leonel do Prado, de 34 anos, André Luiz Santos de Oliveira, de
29 anos, Mateus Fonseca de Oliveira, de 19 anos, Fabio Neves Domingos, de 34
anos, Jhonatan Fernando Garzillo, de 21 anos, Marco Antônio Corassa Junior, de
19 anos, Mydras Schmidt, de 38 anos, e Jonathan Rodrigues do Nascimento, de 21
anos. Os corintianos mortos preparavam bandeiras que seriam levadas para o jogo
contra o Palmeiras, no domingo (19), na Arena Corinthians, em Itaquera, Zona
Leste. Câmeras de segurança de um posto de combustível, que fica ao lado da
quadra da torcida, gravaram outras pessoas fugindo, escapando dos assassinos.
Para a polícia, o alvo dos
bandidos era um só: Fabio Domingos, ex-presidente da torcida. Ele foi o único
dos mortos a receber dois tiros. Os demais foram atingidos por um disparo. Fábio
era um dos 12 corintianos presos em Oruro, na Bolívia, em 2013. Estava entre os
suspeitos de disparar um sinalizador que atingiu e matou o adolescente
boliviano Kevin Espada, torcedor do San José, num jogo contra o Corinthians
pela Libertadores. Ainda de acordo com a investigação, depois de ser solto,
Fábio se envolveu numa briga entre corintianos e vascaínos em Brasília. Segundo
os policiais, Fábio e mais três outras vítimas também já haviam sido condenados
por tráfico de drogas, o que reforça a tese de que a chacina tenha relação com
disputa ou dívidas de entorpecentes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário