sábado, 21 de novembro de 2015

LA MURALLA - Operação da Polícia Federal em cinco países prende sete no Ceará

Sete pessoas foram presas no Ceará por suspeita de participação na facção criminosa transnacional Família do Norte (FDN), especializada no tráfico internacional de drogas, e que tentava consolidar um “estado paralelo” na Região Norte do País, segundo a Polícia Federal. O grupo foi capturado durante a operação La Muralla, deflagrada  no Brasil e em outros quatro países. A ação contou com apoio da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) e resultou na prisão de, pelo menos, 80 pessoas. Das prisões no Ceará, duas foram em Fortaleza. Entre os suspeitos está Joleardes Celestino Lopes, de 28 anos, conhecido como Giba, apontado como um dos líderes do grupo. Ele foi preso em um flat, na avenida Beira Mar, juntamente com um comparsa. O suspeito atuava como empresário do ramo da construção civil. Porém, as investigações apontam que ele comandava o braço do tráfico da FDN no Estado, distribuindo as drogas. Outras quatro prisões e quatro mandados de busca e apreensão foram realizados em Crateús, além de uma prisão em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Dos presos, três são mulheres e quatro homens. “São pessoas que se passavam por empresários e comerciantes, mas lavavam o dinheiro do tráfico. As mulheres ficavam mais com a função de lavagem e os homens com o tráfico propriamente dito”.

Estado paralelo - A FDN é considerada uma facção muito violenta, de estrutura hierarquizada, cujo objetivo maior é o domínio absoluto do sistema prisional e o monopólio do tráfico de drogas no Amazonas. A organização buscava executar um “sistema empresarial do crime”, com divisão funcional de atividades, inclusive, com núcleo jurídico próprio. Sete advogados que seriam ligados à facção, além de um vereador da cidade de Tonantins (AM), foram presos. O grupo possui leis próprias, definidas em “estatuto”, no qual as lideranças ditavam sentenças diárias. A maioria delas é tomada de dentro dos presídios, na forma de um verdadeiro “tribunal do crime”, onde se decide quem vive ou morre. São atribuídas ao grupo dezenas de mortes violentas ocorridas em Manaus, incluindo alguns homicídios cometidos no período que ficou nacionalmente conhecido como “Fim de Semana Sangrento”, quando 38 pessoas foram assassinadas em apenas três dias.

Saiba mais - A operação foi comandada a partir do Amazonas. As ações se deram nas cidades de Manaus (AM), Tonantins (AM), Tabatinga (AM), Natal (RN), Boa Vista (RR) e Rio de Janeiro (RJ), além de Crateús, Caucaia e Fortaleza, no Ceará. Também foram efetuadas prisões no Peru, Colômbia, Venezuela e Bolívia, por meio da cooperação internacional com a Difusão Vermelha da Interpol.

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