Sete pessoas foram presas no
Ceará por suspeita de participação na facção criminosa transnacional Família do
Norte (FDN), especializada no tráfico internacional de drogas, e que tentava
consolidar um “estado paralelo” na Região Norte do País, segundo a Polícia
Federal. O grupo foi capturado durante a operação La Muralla, deflagrada no Brasil e em outros quatro países. A ação
contou com apoio da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) e
resultou na prisão de, pelo menos, 80 pessoas. Das prisões no Ceará, duas foram
em Fortaleza. Entre os suspeitos está Joleardes Celestino Lopes, de 28 anos,
conhecido como Giba, apontado como um dos líderes do grupo. Ele foi preso em um
flat, na avenida Beira Mar, juntamente com um comparsa. O suspeito atuava como
empresário do ramo da construção civil. Porém, as investigações apontam que ele
comandava o braço do tráfico da FDN no Estado, distribuindo as drogas. Outras
quatro prisões e quatro mandados de busca e apreensão foram realizados em
Crateús, além de uma prisão em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza
(RMF). Dos presos, três são mulheres e quatro homens. “São pessoas que se
passavam por empresários e comerciantes, mas lavavam o dinheiro do tráfico. As
mulheres ficavam mais com a função de lavagem e os homens com o tráfico
propriamente dito”.
Estado paralelo - A FDN é
considerada uma facção muito violenta, de estrutura hierarquizada, cujo
objetivo maior é o domínio absoluto do sistema prisional e o monopólio do
tráfico de drogas no Amazonas. A organização buscava executar um “sistema
empresarial do crime”, com divisão funcional de atividades, inclusive, com
núcleo jurídico próprio. Sete advogados que seriam ligados à facção, além de um
vereador da cidade de Tonantins (AM), foram presos. O grupo possui leis
próprias, definidas em “estatuto”, no qual as lideranças ditavam sentenças
diárias. A maioria delas é tomada de dentro dos presídios, na forma de um
verdadeiro “tribunal do crime”, onde se decide quem vive ou morre. São atribuídas
ao grupo dezenas de mortes violentas ocorridas em Manaus, incluindo alguns
homicídios cometidos no período que ficou nacionalmente conhecido como “Fim de
Semana Sangrento”, quando 38 pessoas foram assassinadas em apenas três dias.
Saiba mais - A operação foi
comandada a partir do Amazonas. As ações se deram nas cidades de Manaus (AM),
Tonantins (AM), Tabatinga (AM), Natal (RN), Boa Vista (RR) e Rio de Janeiro
(RJ), além de Crateús, Caucaia e Fortaleza, no Ceará. Também foram efetuadas
prisões no Peru, Colômbia, Venezuela e Bolívia, por meio da cooperação
internacional com a Difusão Vermelha da Interpol.
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