sábado, 21 de novembro de 2015

Novela sendo esticada - Na reta final, novela Os Dez Mandamentos respira por aparelhos

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Nada mais natural do que esticar um produto que trouxe retorno financeiro e prestígio para prolongar o sucesso. Foi exatamente isso o que a Record fez com Os Dez Mandamentos, mas exagerou na dose. Na novela faraônica, que finalmente acaba nesta segunda (23), o estica-e-puxa ficou cansativo. A falta de "desacontecimentos" da história foi tão grande que, após a travessia do Mar Vermelho, a produção passou a respirar por aparelhos. O público percebeu. Nesta semana, a trama não superou a Globo em nenhum dia no Ibope. Antes, a novela bíblica enrolou como pôde para mostrar as dez pragas que acometeram o Egito Antigo, o que não comprometeu sua audiência, pelo contrário, só a fez crescer. Do ponto de vista comercial, foi um feito louvável. Por outro lado, dramaturgicamente, a trama não apresentou inovações e nem podia, visto que é engessada dentro do original da Bíblia. Na cena da abertura do Mar Vermelho, que fez com a história atingisse seu recorde de audiência e deixasse a Globo afogando no Ibope, a demora para mostrar as águas se dividindo e a caminhada do povo hebreu foi tamanha que daria tempo de abrir um oceano inteiro.
Exageros à parte, Os Dez Mandamentos representa um ganho e ao mesmo tempo um desafio para a Record: a audiência conquistada e aqui não só os números, mas a abrangência do público geral foi um marco para a emissora e precisa ser mantida. Foi acertada a ideia de criar uma “faixa bíblica” para o horário, mas completamente descabida a alternativa encontrada, a de reprisar a minissérie Rei Davi.

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