Túnel foi escavado a
partir de uma cela do pavilhão A, no meio da rua, calcamento de paralelepípedos
cedeu
"Era bem maior do que
pensávamos. Inicialmente, calculamos algo em torno de 30 metros, mas, ao
medirmos a real distância, percebemos que era do tamanho de um campo de futebol.
Tem uns 100 metros”. As palavras são da agente penitenciária Dinorá Simas,
diretora da Cadeia Pública de Natal, ao falar sobre o tamanho do túnel – o
maior da história do sistema prisional potiguar – que foi descoberto na noite
desta terça-feira (23). A Cadeia Pública
de Natal, também chamado de Presídio Provisório Professor Raimundo Nonato, fica
na Zona Norte da cidade. O túnel foi escavado a partir do pavilhão A, que
possui 230 presos. Em todo o presídio, são 570 detentos. Ninguém fugiu. Dinorá
também disse que a escavação já estava tão extensa que o calçamento de
paralelepípedos cedeu no meio da rua. "Foi por causa disso que descobrimos
o plano de fuga. A informação que nós temos é que o túnel iria sair dentro de
uma casa".
Dentro do túnel foram
encontrados diversos lençóis que estavam sendo usados para facilitar a locomoção
dos detentos e a retirada da areia
Dentro do túnel foram encontrados
diversos lençóis que estavam sendo usados para facilitar a locomoção dos
detentos e a retirada da areia. Toda a terra removida com a escavação foi
depositada dentro de uma cela. Na Cadeia Pública de Natal, a fiscalização
dentro dos pavilhões está comprometida desde março do ano passado, quando os
presos da unidade destruíram as grades das carceragens em meio a uma série de
rebeliões que ocorreram no sistema prisional do estado. Desde então, toda vez
que as grades são recolocadas, os detentos voltam a destruir as celas.
Maior fuga da história - Em
fevereiro deste ano, também por um túnel, 46 presos escaparam da Cadeia Pública
de Natal. Foi a maior fuga da história do sistema prisional do estado. Na ocasião,
sete foram recapturados. Somente este ano, 326 presos conseguiram escapar do
sistema penitenciário potiguar. Em 2015, fugiram 212. Alguns foram
recapturados, mas nem a Secretaria de Justiça (Sejuc) nem a Secretaria de
Segurança Pública (Sesed) conseguem precisar quantos foram encontrados e
levados de volta aos presídios.
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