segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

ALCAÇUZ - Rebelião no maior presídio do RN acaba com 26 mortos

Polícia faz revistde presos (Foto: Adriano Abreu/Tribuna do Norte)
Polícia faz revista em presos no RN

Vinte e seis presos morreram na rebelião da Penitenciária de Alcaçuz que já é a mais violenta da história do Rio Grande do Norte. Quase todos foram decapitados. O motim começou na tarde do último sábado (14) e terminou 14h depois já na manhã deste domingo (15). Este já é o terceiro caso de dezenas de mortes em penitenciárias no país em 2017 - no começo de janeiro ocorreram os massacres no Amazonas e Roraima.
Mais cedo, havia sido divulgado que 27 presos morreram, mas, segundo o governo do estado, um deles foi computado duas vezes por que alguns corpos foram esquartejados e dois foram carbonizados.
A Secretaria de Justiça disse que os líderes identificados estão isolados dentro da unidade prisional e espera que na segunda seja feita a transferência de presos para outras unidades no próprio estado. O objetivo é separar duas facções: Sindicato do Crime e PCC.
Os corpos foram levados para o Instituto de Técnico-Científico de Polícia (Itep) para que seja feita a identificação, mas, por questões de segurança, seguiram de lá até o quartel da PM. Um caminhão frigorífico foi alugado para armazenar os corpos enquanto não acontece a liberação para os sepultamentos. Além disso, legistas do Ceará e da Paraíba foram deslocados para ajudar no trabalho de identificação. Alguns presos, além de decapitados, também foram esquartejados.
A identificação dos corpos deve acontecer a partir de segunda-feira. Nenhum dos mortos foi identificado por enquanto.

Corpos foram levados para o  Instituto de Técnico-Científico de Polícia (Itep) (Foto: Emmily Virgílio/Inter TV Cabugi )
Corpos foram levados para o Instituto de Técnico-Científico de Polícia

Nove presos que estavam com ferimentos graves foram transferidos para o Pronto-socorro Clóvis Sarinho, em Natal. De acordo com a direção do hospital, nenhum deles corre risco de morte, mas não há previsão de alta.
O Governo do Estado informou que identificou pelo menos seis líderes da rebelião e que vai pedir a transferências dos líderes para presídios federais. Outros detentos podem ser transferidos para outras unidades prisionais do estado.
A Penitenciária de Alcaçuz, segundo o governo, ficou parcialmente destruída e não há previsão para reconstrução. 

presos, detentos, penitenciária, presídio, Alcaçuz, rn, rio grande do norte (Foto: Fred Carvalho/G1)
Presos amanheceram  telhado de pavilhões

Sobre a rebelião - A rebelião começou com uma briga entre presos dos pavilhões 4 e 5 por volta das 17h de sábado (14). De acordo com o Sindicato dos Agentes Penitenciários, homens em um carro se aproximaram do presídio antes da rebelião e jogaram armas por sobre o muro.
Segundo o governo, a briga estava restrita aos dois pavilhões. O pavilhão 5 é o presídio Rogério Coutinho Madruga, que fica anexo a Alcaçuz. Há separação entre presos de facções criminosas entre os dois presídios.
De acordo com a Sejuc, os próprios presos desligaram a energia do local e, com isso, os bloqueadores de celulares da unidade prisional deixaram de funcionar. Durante a madrugada foram ouvidos tiros dentro da unidade prisional e muita fumaça era vista no local.

Rebeliões e fugas - A última rebelião em Alcaçuz foi registrada em novembro de 2015. Houve quebra-quebra após a descoberta de um túnel escavado a partir do pavilhão 2. Mais de 100 presos conseguiram escapar do presídio no ano passado, em 14 fugas. A maioria deixou o presídio por meio de túneis escavados a partir dos pavilhões ou por buracos abertos no pé do muro, sempre sob uma guarita desativada ou sem vigilância.

Nenhum comentário:

Postar um comentário