Carnaval às portas e, como manda
a tradição, o início da quaresma também. O programa de um dos mais importantes
eventos da igreja Católica, é marcado pela Campanha da Fraternidade que, todos
os anos, aborda temas relevantes e trazem uma reflexão para a sociedade. A
Campanha deste ano retoma os temas ecológicos anteriores e tem por objetivo
“cuidar da criação, de modo especial dos biomas brasileiros, dons de Deus, e
promover relações fraternas com a vida e a cultura dos povos, à luz do
Evangelho”.
Com o tema “Fraternidade: biomas
brasileiros e defesa da vida” e o lema “Cultivar e guardar a criação” (Gn
2,15), a CF 2017 pretende à luz da fé, refletir sobre o significado dos
desafios apresentados pela situação atual dos biomas e dos povos que neles
vivem, abordando as principais iniciativas já existentes para a manutenção de
nossa riqueza natural básica e apresentando propostas sobre o que devemos fazer
em respeito à criação que Deus nos deu para cultivá-la e guardá-la.
O Brasil tem seis biomas
(conjuntos de ecossistemas numa mesma região com semelhantes características e
processos de formação): Mata Atlântica, Amazônia, Cerrado, Pantanal, Caatinga e
Pampa, que sofrem interferências negativas desde os primeiros colonizadores ao
Brasil, que utilizaram a mão de obra escrava indígena e africana para explorar,
extrair, dilapidar as riquezas naturais.
Hoje, com uma população de mais
de 200 milhões de brasileiros, sendo mais de 160 milhões vivendo em cidades, o
país sofre o impacto dessa concentração populacional sobre o meio ambiente
produzindo problemas que põem em risco as riquezas dos biomas brasileiros
(TB/CF 2017).
Vivemos no maior bioma do Brasil,
a Amazônia, que ocupa 61% do território nacional e abriga mais da metade de
todas as espécies vivas do país, possui a maior bacia hidrográfica de água doce
do mundo. 80% de sua população vivem nas áreas urbanas, sem saneamento básico e
outros direitos básicos.
Os conflitos e a violência contra
os trabalhadores do campo se concentram de forma expressiva na Amazônia, para
onde avança o capital tanto nacional como internacional. O manejo florestal
passou a ser uma atividade na qual foram inúmeras as denúncias de trabalho
escravo.
A expropriação privada de grandes
áreas de terra continua sendo a principal causa de desmatamento. A pecuária é a
principal atividade implantada nas áreas recentemente desmatadas. A construção
de grandes hidrelétricas e atividades de mineração são responsáveis por boa
parte dos danos ambientais e sociais nas comunidades.
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