
Nova análise do Ministério da
Ciência Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) reforça as previsões
nacionais de que a quadra chuvosa do Ceará terá precipitações abaixo da média
histórica. Conforme o estudo, o Estado tem a pior situação no Nordeste.
Diferentemente dos estados a Leste, que sofrem influência de outros sistemas
pluviométricos, o Ceará depende essencialmente da Zona de Convergência Intertropical
(ZCIT).
“Os ventos alísios de sudeste
estão mais fortes do que a média. Quando os ventos estão mais intensos, evapora
mais água e a temperatura do mar cai. Durante março, abril e maio, a ZCIT
procura região de águas mais quentes”, é o que diz o Centro de Previsões de
Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC). A instituição é ligada ao MCTIC.
O modelo descrito já havia sido
identificado em janeiro e se intensificou no início deste mês, mais
precisamente no último dia 3.
Meteorologista da Fundação
Cearense de Meteorologia (Funceme), Raul Fritz reitera o resfriamento das águas
do Atlântico Sul como causa para a queda na probabilidade de chuvas. “Na época
da primeira previsão havia um dipolo favorável no Oceano Atlântico. As águas
próximas ao Nordeste estavam mais quentes que as acima do Equador. Agora está
um dipolo desfavorável para a chuva. E ele é o que regula a ZCIT”.
Para Fritz, a seguir como está,
os prognósticos para a quadra chuvosa são pessimistas.
Fritz afirma ainda que a partir
do próximo dia 15 será possível fazer um segundo prognóstico para o período,
com mais clareza.
Prognósticos - No fim de janeiro,
o MCTIC divulgou que havia 40% de probabilidades de chuvas abaixo da média no
Ceará, 35% na média e 25% acima da média. O prognóstico da Funceme, divulgado
alguns dias antes, dava conta de que as chances de precipitações na média
histórica eram de 40%, 30% de chances de ser abaixo e 30% de ser acima.
Saiba mais - No primeiro dia da
quadra chuvosa, 1º de fevereiro, choveu em 92 dos 184 municípios cearenses. O
volume médio registrado foi de 115 milímetros.
A pré-estação cearense, referente
aos meses de dezembro e janeiro, totalizaram um acumulado de 102,1 milímetros,
enquanto a média histórica do período é de 130,3 milímetros.
O volume dos reservatórios
monitorados do Estado, ontem, era de 6,16%, conforme o Portal Hidrológico.
137 dos 153 reservatórios (89,5%)
estão operando com menos de 30% da capacidade.
48 açudes estão com níveis no
volume morto e outros 38 estão secos.
Maior açude do Estado, o
Castanhão — que abastece Fortaleza e Região Metropolitana — está com apenas
4,94% da capacidade.
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