Policiais militares do Paraná
prenderam nesta quarta feira (29), em Borrazópolis (PR), no Vale do Ivaí, um
dos assaltantes que participaram do furto ao Banco Central em Fortaleza, em
agosto de 2005. O crime é considerado um dos mais ousados já registrados no
país, e apenas parte dos mais de R$ 164 milhões levados dos cofres do banco foi
recuperada.
Segundo a Secretaria de Segurança
Pública e Administração Penitenciária do Paraná, Jean Ricardo Galian, conhecido
como “Gordo”, foi detido em uma ação coordenada que mobilizou 15 policiais do
10º Batalhão da Polícia Militar e da 6ª Companhia Independente da Polícia
Militar (PM).
Com cinco mandados de prisão em
aberto expedidos pela Comarca de Araçatuba (SP), Galian foi localizado em um
sítio de parentes, na zona rural de Borrazópolis. Ele já tinha sido abordado
por policiais na cidade de Mauá da Serra (PR). Os agentes estranharam seu
comportamento ao flagrá-lo dentro de um veículo blindado, junto com outro
homem. Os dois suspeitos apresentaram documentos falsos e foram liberados. Só
depois disso os policiais descobriram que os documentos apresentados eram
falsos e que um dos indivíduos era Galian.
Galian foi detido em flagrante,
em setembro de 2006, quando participava da escavação de um túnel que daria
acesso aos cofres de agências da Caixa Econômica Federal e do Banco do Rio
Grande do Sul (Banrisul). Após confessar ter ajudado a escavar o túnel de cerca
de 75 metros de comprimento por meio do qual a quadrilha chegou ao cofre do
Banco Central, em Fortaleza, “Gordo” foi condenado, em dezembro de 2007, a 40
anos e seis meses de reclusão pelos crimes de furto, lavagem de dinheiro e
formação de quadrilha. Pouco tempo depois, a Justiça reduziu sua pena a oito
anos e seis meses de prisão.
Durante seu julgamento, Galian
afirmou à Justiça que pagou mais de R$ 2,4 milhões a policiais que o haviam
detido e liberado após o pagamento de propina em pelo menos três ocasiões.
Advogados de outros acusados chegaram a afirmar que, a exemplo de Galian, seus
clientes também tinham sido soltos após pagar propina a policiais de São Paulo
e do Ceará que já os tinham detido antes de eles serem definitivamente presos e
julgados.
O túnel, pelo qual a quadrilha
acessou o cofre do Banco Central foi aberto a partir de uma casa alugada pelo
grupo, que montou uma empresa de fachada no local para não chamar a atenção. Os
bandidos levaram mais de R$ 164 milhões em cédulas de R$ 50 durante um final de
semana. As notas tinham sido recolhidas para verificação do estado de conservação.
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