Ataques a ônibus
deixaram a população em pânico e sem transporte por dois dias
Após um acordo com promotores de
Justiça e com o aval do governador Camilo Santana (PT), a facção criminosa
Guardiões do Estado (GDE) decidiu cessar os atentados ao sistema de transporte
coletivo de Fortaleza e sua Região Metropolitana (RMF). No entanto, os
criminosos postaram novas ameaças nas redes sociais e afirmam que “apenas”
mudaram a estratégia de pressionar o governo e que os alvos serão, a partir de
agora, “somente” as unidades da Segurança Pública.
O “acordo” aconteceu no Presídio
do Carrapicho, em Caucaia, na RMF, onde está reclusa uma boa parte dos
integrantes da organização criminosa. Os bandidos reivindicam a unidade
exclusivamente para a facção, mas a maioria está em outra unidade, a CPPL 2. Os
detentos são contra a transferência de seus membros para outros presídios e
querem tirar dali seus principais inimigos, os membros do Comando Vermelho (CV)
e da Família do Norte (FDN).
A Justiça, no entanto, teve outro
entendimento e apenas mudou de ala e isolou os integrantes daquela facção, em
torno de 70 homens. Foram isolados aqueles que estariam sendo ameaçados de morte
ou cuja presença poderia gerar um conflito armado e com assassinatos dentro
daquela unidade carcerária da Grande Fortaleza.
Tocando fogo - Nas redes sociais,
os integrantes da facção chegaram a “pedir desculpas” à população pelos
estragos e riscos causados durante a série de atentados na Capital e RMF em
quatro dias (entre quarta-feira, 19, e o sábado, 21) que deixou o saldo de 21
coletivos incendiados, além de destruição também em incêndios criminosos
veículos de órgãos públicos e privados, como do Departamento Municipal de
Trânsito (Demutran) de Caucaia, da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece)
e da concessionária de energia elétrica Enel, além de dois carros que estavam
apreendidos no pátio do 19ºDP (Conjunto Esperança).
Os criminosos atacaram também
quatro delegacias da Polícia Civil, 8º DP (José Walter), 19º DP (Conjunto
Esperança), 29º DP (Pajuçara/Maracanaú) e 33º DP (Goiabeiras/Barra do Ceará),
além de uma agência bancária (Bradesco de Pajuçara/Maracanaú) e incendiaram uma
cabine da Guarda Municipal de Fortaleza (GMF), instalada no bairro Rodolfo
Teófilo.
Segundo a última nota oficial da
Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) acerca dos atentados,
pelo menos, 17 suspeitos (entre adultos e adolescentes) foram detidos nas
operações das polícias Civil e Militar. O número de feridos chegou a sete, incluindo
um cobrador e seis suspeitos de envolvimento nos ataques criminosos.
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