segunda-feira, 24 de abril de 2017

ATENTADO SISTEMA PENAL - Após um “acordo” com promotores e o governo, facção criminosa suspende atentados

Ataques a ônibus deixaram a população em pânico e sem transporte por dois dias

Após um acordo com promotores de Justiça e com o aval do governador Camilo Santana (PT), a facção criminosa Guardiões do Estado (GDE) decidiu cessar os atentados ao sistema de transporte coletivo de Fortaleza e sua Região Metropolitana (RMF). No entanto, os criminosos postaram novas ameaças nas redes sociais e afirmam que “apenas” mudaram a estratégia de pressionar o governo e que os alvos serão, a partir de agora, “somente” as unidades da Segurança Pública.
O “acordo” aconteceu no Presídio do Carrapicho, em Caucaia, na RMF, onde está reclusa uma boa parte dos integrantes da organização criminosa. Os bandidos reivindicam a unidade exclusivamente para a facção, mas a maioria está em outra unidade, a CPPL 2. Os detentos são contra a transferência de seus membros para outros presídios e querem tirar dali seus principais inimigos, os membros do Comando Vermelho (CV) e da Família do Norte (FDN).
A Justiça, no entanto, teve outro entendimento e apenas mudou de ala e isolou os integrantes daquela facção, em torno de 70 homens. Foram isolados aqueles que estariam sendo ameaçados de morte ou cuja presença poderia gerar um conflito armado e com assassinatos dentro daquela unidade carcerária da Grande Fortaleza.

Tocando fogo - Nas redes sociais, os integrantes da facção chegaram a “pedir desculpas” à população pelos estragos e riscos causados durante a série de atentados na Capital e RMF em quatro dias (entre quarta-feira, 19, e o sábado, 21) que deixou o saldo de 21 coletivos incendiados, além de destruição também em incêndios criminosos veículos de órgãos públicos e privados, como do Departamento Municipal de Trânsito (Demutran) de Caucaia, da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) e da concessionária de energia elétrica Enel, além de dois carros que estavam apreendidos no pátio do 19ºDP (Conjunto Esperança).
Os criminosos atacaram também quatro delegacias da Polícia Civil, 8º DP (José Walter), 19º DP (Conjunto Esperança), 29º DP (Pajuçara/Maracanaú) e 33º DP (Goiabeiras/Barra do Ceará), além de uma agência bancária (Bradesco de Pajuçara/Maracanaú) e incendiaram uma cabine da Guarda Municipal de Fortaleza (GMF), instalada no bairro Rodolfo Teófilo.
Segundo a última nota oficial da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) acerca dos atentados, pelo menos, 17 suspeitos (entre adultos e adolescentes) foram detidos nas operações das polícias Civil e Militar. O número de feridos chegou a sete, incluindo um cobrador e seis suspeitos de envolvimento nos ataques criminosos.

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