O açude Tijuquinha, localizado em
Baturité, voltou a sangrar depois de ter sido esvaziado para desassoreamento.
Em intervalo de 28 dias, o reservatório saiu dos 7,9% do volume total e atingiu
a capacidade máxima novamente. A abertura das comportas — que secou o açude
dois dias depois da cheia — preocupou a população. No entanto, a imagem de
ontem, do reservatório cheio, devolveu o alento.
Tijuquinha - O açude, com
capacidade de armazenar 881 mil m³, secou por ordem da Companhia de Gestão e
Recursos Hídricos (Cogerh), após pedido da Prefeitura de Baturité. O órgão
justificou que a água foi escoada para melhorar a qualidade. Parte dos
moradores da comunidade não concordou com o ato.
De fato, quando o Tijuquinha
sangrou pela primeira vez este ano, no dia 15 de março, era o mal cheiro que se
destacava na área. Mas, para os moradores, a companhia deveria ter se
antecipado para a chegada das chuvas.
Agora, mesmo com o açude cheio, o
medo de desperdício continua. Isso porque as paredes do Tijuquinha têm
aberturas que permitem o escoamento da água. Fendas nas madeiras que sustentam
o sangradouro também deixam a água escapar.
Em nota, a Cogerh informou que o
açude não deverá ser esvaziado novamente este ano para possíveis serviços na
região. “Caso haja necessidade de serviço no açude Tijuquinha, só será feito
quando o açude secar, depois da quadra chuvosa”.
A companhia reiterou que o
assoreamento no rio é intenso por ele estar localizado em região serrana, e a
única maneira de dispensar a lama acumulada seria com a abertura das comportas.
“O desassoreamento do Tijuquinha é feito todo ano.
Dicionário - Desassoreamento é o
trabalho de remoção de areia, entulhos, pedras e outros materiais que se
acumulam no fundo de rios, lagoas ou açudes. O serviço tem o objetivo de
facilitar o fluxo e melhorar a qualidade da água.
Açudes - Além do Tijuquinhna,
outros nove açudes cearenses estão sangrando. Ontem, o Gameleira, em Itapipoca,
atingiu a capacidade máxima. Outros 18 continuam secos e 42, em volume morto.
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