O governo de Cuba suspendeu o
envio para o Brasil de 710 profissionais treinados para trabalhar no Programa
Mais Médicos. O grupo deveria desembarcar no País ainda neste mês. A decisão do
governo cubano, comunicada ao Ministério da Saúde na terça-feira, 11, é reflexo
do descontentamento com a grande quantidade de médicos que se recusam a voltar
para Cuba, terminados os 3 anos de trabalho no programa. Há atualmente 88
profissionais que recorreram à Justiça para permanecer no Brasil e garantir o
direito de continuar no programa do governo federal.
O governo cubano argumenta que a
permanência dos profissionais no Brasil não estaria em conformidade com o
acordo de cooperação firmado. Diante desse impasse, o governo brasileiro deve
enviar uma comitiva ao país para discutir o assunto nas próximas semanas.
O maior receio do governo cubano
é de que um novo grupo de médicos resista em voltar para o país quando chamados
de volta e que isso acabe afetando também o comportamento de profissionais que
já estão atuando em outros países. Além do Brasil, Cuba tem outros acordos de
cooperação, baseados no envio de profissionais de saúde. Esse tipo de
cooperação é também uma forma de renda para ilha. No trato firmado entre Brasil
e Cuba, parte dos salários dos médicos é paga diretamente para o governo
cubano.
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