Em sete décadas de vida, muitos
foram os amigos, as obras e os fãs que Antônio Carlos Belchior cultivou.
Nascido em Sobral, interior cearense, Belchior viu o sucesso chegar na década
de 1970, quando teve músicas gravadas por Elis Regina. Para os amigos de
trabalho e de vida, trata-se de uma “perda irreparável” para o cenário cultural
do Brasil.
“É uma honra imensurável a gente
ter as obras esse grande gênio”, acredita Mimi Rocha, guitarrista que esteve ao
lado do compositor em diversos shows. O instrumentista fala sobre convivência
durante os anos de amizade e trabalho. ”Ele sempre foi muito cordial, bacana,
um cara fino e que deixou esse legado de canções que vão ficar para sempre. O
instrumentista comenta também o desaparecimento prematuro do músico. Fico
triste por ter perdido ele mais cedo, antes da morte ter levado. A gente não
conseguiu resgatá-lo, mas é isso, ficam as grandes ideias e as canções”.
A esperança era de que o
reaparecimento do compositor fosse repentino como o sumiço. De algum modo,
todos que admiravam o trabalho de Belchior guardavam a esperança de ouví-lo de
novo, de coração selvagem de novo.
O jornalista e produtor musical
Nelson Augusto explica que o compositor saiu de cena num momento de auge do
sucesso e lamenta sua morte. “E a carreira dele nunca teve recaída. Eu lamento
profundamente a partida de um grande compositor. Ele deixa um legado muito importante, a cultura cearense perdeu um grande
nome, mas a obra continua”.
De acordo com Fausto Nilo, a
saudade que fica é a do amigo. “Estou sentindo um peso muito grande”. O
compositor e arquiteto relembra que Belchior, assim como ele, era “vindo do
interior”. A amizade entre os dois se deu no antigo ginásio colegial. “Ele
sabia latim, conhecia a bíblia e sabia romances franceses aquilo me desorientou
no bom sentido”.
Fausto relembra que antes do
desaparecimento do músico, os laços entre os dois sempre foram muito estreitos.
“Eu sempre tive muito respeito pelo trabalho dele. É uma pessoa brilhante”.
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