sexta-feira, 7 de julho de 2017

Repórter usava codinomes 'Dra. Carla' e 'R-35' em facção criminosa

Luana Don em dois momentos: antes e depois da prisão, quando apareceu como capturada no site da Polícia Civil de São Paulo (Foto: Reprodução/Redes Sociais/Polícia Civil de SP)
Luana Don em dois momentos: antes e depois da prisão, quando apareceu como capturada no site da Polícia Civil de São Paulo

A jornalista, advogada e modelo Luana de Almeida Domingos, de 32 anos, usava os codinomes "Dra. Carla" e "R-35" para repassar informações de crimes do Primeiro Comando da Capital (PCC) a presos e membros da facção, informa o Ministério Público (MP).
Luana Don, como é conhecida, foi presa terça-feira (4) em Ilhabela e levada para delegacia em São Paulo, acusada de participar de organização criminosa. Nesta quinta-feira, ela foi transferida para a Penitenciária Feminina de Tupi Paulista, no interior do estado.
Luana é uma das 54 pessoas investigadas pela Promotoria na Operação Ethos, deflagrada em novembro de 2016 para prender, por exemplo, advogados acusados de envolvimento com as atividades criminosas do PCC.
Segundo a acusação, 39 advogados integravam a ‘sintonia dos gravatas, atuavam como ‘pombos-correios’, levando ordens da facção sobre como deveria ser feito o tráfico de drogas e até planos de ataques a agentes de segurança.

Codinomes - Os advogados pertenciam ao setor 'R' da organização, sigla alusiva a 'recursistas'. Por esse motivo, eles recebiam codinomes, sempre com a letra 'R'. Luana, no caso, era a advogada número 35 dos 'recursistas', por isso recebeu o codinome 'R-35'. Ela também era chamada pelo nome falso de 'doutora Carla', ou 'Dra. Carla'.

'Musa do crime' - Policiais estão chamando a mulher de ‘musa do crime’. Antes da prisão, Luana era conhecida como repórter do Superpop, apresentado por Luciana Gimenez na Rede TV. A jornalista ficou no programa de 2012 a 2015.
Por causa da presença de Luana no 89º DP, a delegacia recebeu reforço policial, de acordo com policiais civis. Segundo investigadores, além dos dez agentes que já trabalhavam no local, mais dez policiais armados com fuzis e metralhadoras estavam no prédio por questões de segurança, já que a presa responde por envolvimento com a principal organização criminosa do estado. A pena para quem participa de uma facção pode chegar a até oito anos de prisão em regime fechado. 

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