Luana Don em dois
momentos: antes e depois da prisão, quando apareceu como capturada no site da
Polícia Civil de São Paulo
A jornalista, advogada e modelo
Luana de Almeida Domingos, de 32 anos, usava os codinomes "Dra.
Carla" e "R-35" para repassar informações de crimes do Primeiro
Comando da Capital (PCC) a presos e membros da facção, informa o Ministério Público
(MP).
Luana Don, como é conhecida, foi
presa terça-feira (4) em Ilhabela e levada para delegacia em São Paulo, acusada
de participar de organização criminosa. Nesta quinta-feira, ela foi transferida
para a Penitenciária Feminina de Tupi Paulista, no interior do estado.
Luana é uma das 54 pessoas
investigadas pela Promotoria na Operação Ethos, deflagrada em novembro de 2016
para prender, por exemplo, advogados acusados de envolvimento com as atividades
criminosas do PCC.
Segundo a acusação, 39 advogados
integravam a ‘sintonia dos gravatas, atuavam como ‘pombos-correios’, levando
ordens da facção sobre como deveria ser feito o tráfico de drogas e até planos
de ataques a agentes de segurança.
Codinomes - Os advogados
pertenciam ao setor 'R' da organização, sigla alusiva a 'recursistas'. Por esse
motivo, eles recebiam codinomes, sempre com a letra 'R'. Luana, no caso, era a
advogada número 35 dos 'recursistas', por isso recebeu o codinome 'R-35'. Ela
também era chamada pelo nome falso de 'doutora Carla', ou 'Dra. Carla'.
'Musa do crime' - Policiais estão
chamando a mulher de ‘musa do crime’. Antes da prisão, Luana era conhecida como
repórter do Superpop, apresentado por Luciana Gimenez na Rede TV. A jornalista
ficou no programa de 2012 a 2015.
Por causa da presença de Luana no
89º DP, a delegacia recebeu reforço policial, de acordo com policiais civis.
Segundo investigadores, além dos dez agentes que já trabalhavam no local, mais
dez policiais armados com fuzis e metralhadoras estavam no prédio por questões
de segurança, já que a presa responde por envolvimento com a principal
organização criminosa do estado. A pena para quem participa de uma
facção pode chegar a até oito anos de prisão em regime fechado.
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