
Na DH, autor dos
disparos esconde o rosto para entrar na delegacia
O Tribunal de Justiça do Rio
decretou, nesta sexta-feira (08), a prisão preventiva do policial militar Jorge
Luiz Aguiar da Silva, de 38 anos. O cabo, lotado no Centro de Controle
Operacional (Cecopom) da corporação, é apontado como autor do assassinato da
jovem Hayssa Alves de Souza Andrade, de 21 anos, atingida por vários disparos
na noite de quinta-feira, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio.
Na decisão em que atende o pedido
de conversão da detenção em flagrante em prisão preventiva feito pela Divisão
de Homicídios (DH), responsável pelo caso, o juiz Carlos Augusto Borges, do
Plantão Judiciário, afirmou que “os indícios de autoria estão suficientemente
caracterizados em razão da prisão do suspeito, cuja circunstância da prática do
crime seguiu bem detalhada pelas testemunhas”. O magistrado continua frisando
“a necessidade da prisão do indiciado como garantia da ordem pública,
evitando-se que o mesmo se mantenha atuante na mesma prática criminosa, tendo
em vista a dinâmica dos fatos descrita”.

Hayssa Alves de Souza
Andrade tinha 21 anos
O laudo cadavérico apontou que o corpo de Hayssa apresenta
36 perfurações por arma de fogo. Segundo a DH, o exame detectou a existência de
22 ferimentos de entrada, e outros 14 de saída. Várias das marcas de tiro
encontram-se nos dois braços, caracterizando uma tentativa de se defender dos
disparos. Além disso, parte das balas transpassou a vítima — um mesmo projétil,
portanto, pode ter causado duas ou mais perfurações. Ferida, a jovem chegou a
ser socorrida e levada para o Hospital Rocha Farias, também em Campo Grande,
mas não resistiu aos ferimentos e morreu na unidade.
Jorge Luiz foi preso logo após o crime. Pessoas que
presenciaram o homicídio relataram que o policial descarregou a arma contra
Hayssa depois de um desentendimento.
Hayssa participava de uma confraternização com duas amigas.
Jorge Luiz, que estava no mesmo evento e não conhecia a jovem até então, teria
tentado se aproximar do trio, mas acabou rechaçado. Mais tarde, pouco antes da
meia-noite, uma das colegas da vítima plugou o celular na caixa de som e passou
a escolher as músicas. Insatisfeito com o funk que tocava, chamado por ele de
“música de bandido”, o policial deu início a uma discussão.
Durante o bate-boca, o PM teria, por várias vezes,
demonstrado estar armado, numa tentativa de intimidar o grupo. Hayssa, então,
questionou: “Você vai me matar?”. Neste momento, ainda conforme o relato das
testemunhas, Jorge Luiz sacou a arma e abriu fogo contra a jovem, deixando o
local em seguida. Além dos ferimentos nos braços e antebraços, a vítima também
foi alvejada nas coxas, no peito e na barriga.
Os policiais que prenderam Jorge Luiz descreveram que o cabo
apresentava sinais de embriaguez. Informalmente, ele afirmou aos agentes “ter
feito uma besteira”. Ao ser interrogado na DH, porém, o PM se reservou o
direito de permanecer calado. Até esta quinta-feira, Jorge Luiz não tinha
nenhuma anotação ou histórico criminal. Com a decisão da Justiça, ele deve ser
encaminhado este sábado à unidade prisional da corporação, em Niterói, na
Região Metropolitana do estado.
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