Alas ficaram
praticamente destruídas após rebelião em presídio de Aparecida de Goiânia
O delegado Eduardo Rodovalho,
responsável por investigar a rebelião que deixou nove presos mortos e outros 14
feridos, afirmou que as vítimas foram assassinadas de maneira “cruel” na
Colônia Agroindustrial de Regime Semiaberto de Aparecida de Goiânia, na Região
Metropolitana da capital. Ele destacou que o cenário no presídio após a briga
entre presos era de desolação.
“Foi uma situação lamentável,
muitas mortes cruéis. Muitos corpos foram carbonizados, dois tiveram a cabeça
decepada e alguns deles tiveram as vísceras expostas. Os foragidos, na
realidade, a maioria foi das alas que foram atacadas. Acredito que muitos estavam
fugindo do ataque mesmo. Foi uma situação bastante grave. Duas alas ficaram
praticamente destruídas”.
O motim começou por volta das 14h
de segunda-feira (1º), sendo controlado duas horas depois. A Superintendência
Executiva de Administração Penitenciária (Seap) informou que a rebelião levou à
fuga de 233 presos, sendo que 127 voltaram voluntariamente quando a situação se
acalmou e outros 29 foram recapturados. Segundo o órgão, o motim foi provocado
depois que presos da ala C invadiram as alas A, B e D, onde ficam detentos
rivais.
Rebelião em presídio
deixa celas destruídas na Colônia Agroindustrial
Investigação - Segundo o
delegado, a invasão foi possível por causa de um grande buraco na parede feito
pelos presos. Ele explicou que ainda não é possível apontar a responsabilidade
de cada detento porque foi uma ação generalizada. No entanto, ele deve ouvir
agentes e envolvidos para indiciar os autores e apontar as possíveis causas.
Rodovalho destacou que o interior
do presídio ficou muito danificado com a ação dos presos. Algumas alas pegaram
fogo, e o Corpo de Bombeiros precisou combater o incêndio no local.
Agentes do Grupo de Operações
Penitenciárias Especiais (Gope) atuaram no local com apoio do Batalhão de
Choque e do Grupo de Radiopatrulha Aérea (Graer), ambos da vinculados à Polícia
Militar.
Rebelião deixou alas
parcialmente destruídas e proporcionou mais de 100 fugas de presídio
Vítimas - Rodovalho destacou que
os ferimentos foram causados por diversas armas brancas, que foram apreendidas
pelos agentes penitenciários após o motim. Ainda conforme o delegado, os nove
mortos ainda não foram identificados. Aqueles que tiveram os corpos
carbonizados só terão identidade confirmada após exame de arcada dentária ou
DNA, que devem ser feitos pelo Instituto Médico Legal (IML).
Sobre os feridos, o Hospital de
Urgências de Aparecida de Goiânia (Huapa) informou, na noite de segunda-feira,
que recebeu 11 presos feridos durante a rebelião. Entre eles, "nove
encontram-se estáveis, apesar de terem sofrido diferentes tipos de
lesões".
Outros dois têm estado de saúde
considerado grave: um deles "encontra-se entubado e sedado após ter
sofrido queimaduras e ter sido intoxicado por fumaça"; já o segundo
"está com uma bala alojada no ombro esquerdo e vai passar por tomografia
para análise da forma de tratamento adequada".
Já o Hospital de Urgências de
Goiânia (Hugo), disse, também na noite de segunda-feira, que recebeu outros
dois feridos e ambos estão conscientes, orientados, respirando espontaneamente
e passando por avaliação médica.
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