Após críticas por ter afirmado inexistir prova
contra acusado de pedofilia, Francisco se desculpou
O papa Francisco retornou nesta segunda-feira (22) da América
Latina, após uma das viagens mais duras de seu pontificado, na qual foi
obrigado a pedir desculpas por ter exigido "provas" às vítimas de
abusos sexuais que acusam um bispo chileno.
O fervor dos
peruanos presentes em massa para saudá-lo, em um país na qual a religiosidade
popular ainda é vibrante, contrastou com uma acolhida mais fria no Chile, onde
os escândalos de abusos sexuais cometidos por sacerdotes católicos mancham a
imagem da Igreja Católica, em uma sociedade cada vez mais distante da
instituição.
Ontem, o papa
Francisco pediu desculpas às vítimas de abusos sexuais, após o escândalo
provocado no Chile por seu apoio a um polêmico bispo, já que não há
"provas" contra ele.
"O dia
em que me derem uma prova contra o bispo Barros falarei com vocês. Não há uma
prova contra ele. É tudo calúnia. Está claro?", disse, na quinta-feira
passada, a jornalistas chilenos. Em um país no qual o Catolicismo perde
terreno, Francisco chocou ao defender o monsenhor Juan Barros, suspeito de ter
acobertado os atos de um padre pedófilo afastado do sacerdócio pelo Vaticano.
Algo
essencial "é o que as vítimas de abusos sentem. E devo pedir desculpas,
porque a palavra 'prova' feriu muitas vítimas. Mas eu tenho que procurar a
evidência. E peço desculpas. É uma ferida (feita) sem querer", reconheceu
de volta ao Vaticano.
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