segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

PM é investigado por dar material para explodir caixas eletrônicos

Caminhão incendiado após tentativa de roubo de carro-forte na Tamoios
Caminhão incendiado após tentativa de roubo de carro-forte na Tamoios

A Polícia Civil e a Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo investigam um soldado da PM lotado em Caçapava, no Vale do Paraíba, suspeito de fornecer explosivos para uma das mais perigosas quadrilhas de roubo a caixas eletrônicos e carros-fortes em atividade no Estado. O policial também seria o responsável pelo monitoramento do rádio da corporação para alertar os comparsas da chegada das unidades de elite, além de guardar os fuzis usados pelos criminosos durante os assaltos.
A identidade do soldado Gérson dos Santos, da 3ª Companhia do 46º Batalhão do Interior, foi descoberta depois da explosão das agências da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil na cidade de Piquete em 26 de outubro. Naquele dia, horas depois do roubo, uma equipe do Baep, unidade de elite da Polícia Militar, localizou e prendeu três homens e um adolescente em São José dos Campos. Foi encontrado dinheiro e uma arma usada no assalto. Os homens indicaram um apartamento em Caçapava, onde foi preso o agente penitenciário Márcio Palumbo.
Na casa do agente, que trabalhava no presídio de Potim, foram encontrados quatro cartuchos explosivos, revólver com numeração raspada, máscara ninja, luvas, rádio comunicador e dinheiro. Palumbo foi preso em fragrante e admitiu participação no roubo em Piquete. Segundo a Polícia, ele teria revelado informações sobre o suposto envolvimento do soldado com a quadrilha.
O policial teria deixado o explosivo usado em Piquete três semanas antes do roubo. Cada bastão explosivo era vendido por R$ 1.000.
Ele também seria responsável por monitorar a movimentação de carros e comunicações da Força Tática e Baep durante os ataques e alertar os comparsas para abortar o roubo. O agente citou como exemplo o ataque a um carro-forte na rodovia dos Tamoios, na altura de Paraibuna, em 12 de setembro. O grupo já havia atacado a tiros o blindado, quando foi avisado da aproximação dos policiais de elite e desistiu do roubo. O soldado foi reconhecido por fotografia. Os policiais também confirmaram que Santos estava de serviço nos dias dos ataques em Piquete e Paraibuna.

Novo Cangaço - O policial também está na mira de policiais civis da DIG de São José dos Campos e do Deic. A quadrilha da qual ele é suspeito de ajudar atacou três carros-fortes no ano passado na Rodovia dos Tamoios em ações cinematográficas com estradas bloqueadas, rajadas de tiros de fuzil e caminhões incendiados. Em um dos roubos, um motorista de caminhão que passava na estrada foi atingido por um tiro e morreu.
Os ataques a caixas eletrônicos e bancos com explosivos criaram clima de medo na região do Vale do Paraíba. Usando a técnica do Novo Cangaço, a quadrilha atacou pequenas cidades da região como Jambeiro, Monteiro Lobato e até a turística Santo Antonio do Pinhal. Os bandidos são tão violentos que enfrentaram a tiros uma equipe do Deic em Jacareí no ano passado.

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