Caminhão incendiado
após tentativa de roubo de carro-forte na Tamoios
A Polícia Civil e a Corregedoria
da Polícia Militar de São Paulo investigam um soldado da PM lotado em Caçapava,
no Vale do Paraíba, suspeito de fornecer explosivos para uma das mais perigosas
quadrilhas de roubo a caixas eletrônicos e carros-fortes em atividade no
Estado. O policial também seria o responsável pelo monitoramento do rádio da
corporação para alertar os comparsas da chegada das unidades de elite, além de
guardar os fuzis usados pelos criminosos durante os assaltos.
A identidade do soldado Gérson
dos Santos, da 3ª Companhia do 46º Batalhão do Interior, foi descoberta depois
da explosão das agências da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil na
cidade de Piquete em 26 de outubro. Naquele dia, horas depois do roubo, uma
equipe do Baep, unidade de elite da Polícia Militar, localizou e prendeu três
homens e um adolescente em São José dos Campos. Foi encontrado dinheiro e uma
arma usada no assalto. Os homens indicaram um apartamento em Caçapava, onde foi
preso o agente penitenciário Márcio Palumbo.
Na casa do agente, que trabalhava
no presídio de Potim, foram encontrados quatro cartuchos explosivos, revólver
com numeração raspada, máscara ninja, luvas, rádio comunicador e dinheiro.
Palumbo foi preso em fragrante e admitiu participação no roubo em Piquete.
Segundo a Polícia, ele teria revelado informações sobre o suposto envolvimento
do soldado com a quadrilha.
O policial teria deixado o
explosivo usado em Piquete três semanas antes do roubo. Cada bastão explosivo
era vendido por R$ 1.000.
Ele também seria responsável por
monitorar a movimentação de carros e comunicações da Força Tática e Baep
durante os ataques e alertar os comparsas para abortar o roubo. O agente citou
como exemplo o ataque a um carro-forte na rodovia dos Tamoios, na altura de
Paraibuna, em 12 de setembro. O grupo já havia atacado a tiros o blindado,
quando foi avisado da aproximação dos policiais de elite e desistiu do roubo. O
soldado foi reconhecido por fotografia. Os policiais também confirmaram que
Santos estava de serviço nos dias dos ataques em Piquete e Paraibuna.
Novo Cangaço - O policial também
está na mira de policiais civis da DIG de São José dos Campos e do Deic. A
quadrilha da qual ele é suspeito de ajudar atacou três carros-fortes no ano
passado na Rodovia dos Tamoios em ações cinematográficas com estradas
bloqueadas, rajadas de tiros de fuzil e caminhões incendiados. Em um dos
roubos, um motorista de caminhão que passava na estrada foi atingido por um
tiro e morreu.
Os ataques a caixas eletrônicos e
bancos com explosivos criaram clima de medo na região do Vale do Paraíba. Usando
a técnica do Novo Cangaço, a quadrilha atacou pequenas cidades da região como
Jambeiro, Monteiro Lobato e até a turística Santo Antonio do Pinhal. Os
bandidos são tão violentos que enfrentaram a tiros uma equipe do Deic em
Jacareí no ano passado.
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