Lima Campos não tem recarga desde 2012, início do atual ciclo de seca
O Açude Lima Campos, no distrito de mesmo nome, na zona rural do
município de Icó, no Vale do Salgado, está agonizando. Acumula apenas 1,9% de
sua capacidade. O reservatório é estratégico para o abastecimento desta cidade
e de localidades rurais. Sem recarga desde 2012, a barragem tende a secar até
junho, colocando em colapso de abastecimento milhares de pessoas, caso não
ocorra recarga na atual quadra chuvosa.
O reservatório tem importância histórica no ciclo das secas que
assolaram o Ceará. É a primeira barragem por intervenção do governo federal, no
período republicano, a partir dos anos de 1930, no Estado. O Açude Cedro, em
Quixadá, foi pioneiro nesse tipo de obra, mas iniciado no período imperial.
Pesca em declínio - Nas margens do açude, canoas estão encostadas. O
pouco de água que resta está esverdeada e exala mau cheiro. Os pescadores, que
durante décadas tiraram o sustento da família no reservatório, estão ociosos e
assistem a morte do Açude Lima Campos, que já foi um núcleo de produção de
tucunaré e de outros pescados de água doce que são muito apreciados pelo
sertanejo.
O Açude Lima Campos fica próximo à sede do distrito homônimo e está
localizado às margens da estrada que dá acesso à cidade de Orós, a CE-282
(trecho da Rodovia Padre Cícero). Durante décadas, o reservatório abasteceu as
peixadas de tucunaré existentes na vila, que atrai visitantes e viajantes de
várias cidades do Ceará.
Irrigação paralisada - Além da produção de pescado, o açude assegurava
parte da água do Perímetro Irrigado Icó - Lima Campos, do Dnocs, de outras
vilas rurais, como Verdinha, Cascudo, Canto. Com isso, o reservatório ajudava a
viabilizar o cultivo de capim, sorgo forrageiro, milho, e de outras culturas e
grãos para a produção agrícola e manutenção do rebanho leiteiro.
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