sábado, 10 de fevereiro de 2018

CRISE HÍDRICA - Com apenas 1,9%, o Lima Campos está agonizando

Lima Campos não tem recarga desde 2012, início do atual ciclo de seca

O Açude Lima Campos, no distrito de mesmo nome, na zona rural do município de Icó, no Vale do Salgado, está agonizando. Acumula apenas 1,9% de sua capacidade. O reservatório é estratégico para o abastecimento desta cidade e de localidades rurais. Sem recarga desde 2012, a barragem tende a secar até junho, colocando em colapso de abastecimento milhares de pessoas, caso não ocorra recarga na atual quadra chuvosa.
O reservatório tem importância histórica no ciclo das secas que assolaram o Ceará. É a primeira barragem por intervenção do governo federal, no período republicano, a partir dos anos de 1930, no Estado. O Açude Cedro, em Quixadá, foi pioneiro nesse tipo de obra, mas iniciado no período imperial.
Pesca em declínio - Nas margens do açude, canoas estão encostadas. O pouco de água que resta está esverdeada e exala mau cheiro. Os pescadores, que durante décadas tiraram o sustento da família no reservatório, estão ociosos e assistem a morte do Açude Lima Campos, que já foi um núcleo de produção de tucunaré e de outros pescados de água doce que são muito apreciados pelo sertanejo.
O Açude Lima Campos fica próximo à sede do distrito homônimo e está localizado às margens da estrada que dá acesso à cidade de Orós, a CE-282 (trecho da Rodovia Padre Cícero). Durante décadas, o reservatório abasteceu as peixadas de tucunaré existentes na vila, que atrai visitantes e viajantes de várias cidades do Ceará.
Irrigação paralisada - Além da produção de pescado, o açude assegurava parte da água do Perímetro Irrigado Icó - Lima Campos, do Dnocs, de outras vilas rurais, como Verdinha, Cascudo, Canto. Com isso, o reservatório ajudava a viabilizar o cultivo de capim, sorgo forrageiro, milho, e de outras culturas e grãos para a produção agrícola e manutenção do rebanho leiteiro.

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