Pichação dentro de
presídio no Ceará
Uma facção criminosa está no
controle da Casa de Privação Provisória de Liberdade Professor Clodoaldo Pinto
(CPPL II), no Complexo Penitenciário Itaitinga II, segundo denúncia do Sindicato
dos Agentes Penitenciários do Ceará. De acordo com a entidade, os integrantes
da facção determinam onde e em que horário os agentes têm permissão para
circular dentro da unidade, localizada na Região Metropolitana de Fortaleza
(RMF).
O Ceará sofre uma crescente onda
de violência, com recorde de homicídios em 2017, quando ocorreram 5.134
assassinatos. Até 29 de janeiro deste ano, foram 441 homicídios – 30% a mais
que no mesmo período de 2017.
Segundo o governador do Ceará,
Camilo Santana, 84% dessas mortes são decorrência de confronto entre facções
criminosas. Duas chacinas ocorreram no estado em janeiro deste ano.
"É proibido agentes no piso
superior a partir das 22 horas", diz uma pichação na parede da unidade. O
sindicato também denuncia que a circulação dos agentes está restrita às áreas
de acesso dos corredores e aos dormitórios.
Além disso, eles afirmam que as
câmeras de monitoramento estão quebradas e que não é possível vigiar os
internos nem de longe.
A CPPL 2 tem 944 vagas, mas
abriga 1.093 detentos, o que representa um excedente de 149 internos – 15,8% do
total. Para fazer a vigilância dos presos, são apenas oito agentes por turno.
Escalada da violência - Dois
massacres elevaram o índice de mortes nos primeiros dias de 2018: a chacina de
Cajazeiras, com 14 mortes, quando um bando armado invadiu uma festa e disparou
contra várias pessoas; e um conflito na cadeia pública de Itapajé, com 10
mortes. A maior parte dos homicídios foi por armas de fogo, que a polícia diz
não saber como entraram na cadeia.
Por conta da crise da segurança,
o governador Camilo Santana solicitou apoio do Governo Federal, que se
comprometeu a enviar para o Ceará uma equipe da Polícia Federal para investigar
as quadrilhas. Os policiais devem chegar na próxima semana.
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