quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Facção criminosa controla horários e atividades em presídio no Ceará

Pichação dentro de presídio no Ceará; sindicato de agentes penitenciários denuncia 'ordens' dadas por facções criminosas (Foto: TV Verdes Mares/Reprodução)
Pichação dentro de presídio no Ceará

Uma facção criminosa está no controle da Casa de Privação Provisória de Liberdade Professor Clodoaldo Pinto (CPPL II), no Complexo Penitenciário Itaitinga II, segundo denúncia do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Ceará. De acordo com a entidade, os integrantes da facção determinam onde e em que horário os agentes têm permissão para circular dentro da unidade, localizada na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).
O Ceará sofre uma crescente onda de violência, com recorde de homicídios em 2017, quando ocorreram 5.134 assassinatos. Até 29 de janeiro deste ano, foram 441 homicídios – 30% a mais que no mesmo período de 2017.
Segundo o governador do Ceará, Camilo Santana, 84% dessas mortes são decorrência de confronto entre facções criminosas. Duas chacinas ocorreram no estado em janeiro deste ano.
"É proibido agentes no piso superior a partir das 22 horas", diz uma pichação na parede da unidade. O sindicato também denuncia que a circulação dos agentes está restrita às áreas de acesso dos corredores e aos dormitórios.
Além disso, eles afirmam que as câmeras de monitoramento estão quebradas e que não é possível vigiar os internos nem de longe.
A CPPL 2 tem 944 vagas, mas abriga 1.093 detentos, o que representa um excedente de 149 internos – 15,8% do total. Para fazer a vigilância dos presos, são apenas oito agentes por turno.

Escalada da violência - Dois massacres elevaram o índice de mortes nos primeiros dias de 2018: a chacina de Cajazeiras, com 14 mortes, quando um bando armado invadiu uma festa e disparou contra várias pessoas; e um conflito na cadeia pública de Itapajé, com 10 mortes. A maior parte dos homicídios foi por armas de fogo, que a polícia diz não saber como entraram na cadeia.
Por conta da crise da segurança, o governador Camilo Santana solicitou apoio do Governo Federal, que se comprometeu a enviar para o Ceará uma equipe da Polícia Federal para investigar as quadrilhas. Os policiais devem chegar na próxima semana.

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