O bilhete está agora
em poder do Ministério Público de São Paulo
Um bilhete encontrado na manhã
desta quinta-feira (22) no presídio onde está a cúpula do PCC (Primeiro Comando
da Capital), em São Paulo, indica que o braço direito de Marcos Willians Herbas
Camacho, o “Marcola”, foi o mandante da morte dos dois líderes da facção
criminosa no Ceará, no último dia 15.
O bilhete apreendido está sob
análise do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado),
órgão do MP (Ministério Público). Ele foi encontrado na subportaria da
Penitenciária 2 de Presidente Venceslau – São Paulo, na hora da limpeza.
O recado diz que uma pessoa
conhecida como “Fuminho”, que seria o traficante Gilberto Aparecido dos Santos,
mandou matar Rogério Jeremias de Simone, o “Gegê do Mangue”, 41 e Francisco
Alves de Souza, o “Paca”, 38. Os dois, segundo o MP, eram os principais líderes
do PCC atuando fora dos presídios. Já “Fuminho” era o terceiro na hierarquia.
Com os assassinatos, ele virou o principal criminoso da facção atualmente em
liberdade, segundo as investigações.
No bilhete está escrito: “Ontem,
fomos chamados em umas ideias, aonde nosso irmão Cabelo Duro deixou nós ciente
que o Fuminho mandou matar o GG e o Paka. Inclusive, o irmão Cabelo Duro e mais
alguns irmãos são prova que os irmãos estavam roubando”.
“Fuminho”, que estaria morando no
Paraguai e que teria uma fazenda de produção de coca na Bolívia, é apontado
pela Promotoria como braço-direito e gerente, há anos, de “Marcola”, o líder
máximo do PCC. “Marcola” está preso desde 1999.
Morte do amigo - Segundo dois
promotores de Justiça, o bilhete reforça a hipótese de que “Marcola” seria o
mandante da morte de “Gegê do Mangue” e “Paca”. Teria partido dele a ordem
repassada a “Fuminho”. A principal hipótese da Promotoria paulista, desde que a
notícia da morte dos criminosos veio à tona, é de que “Marcola” mandou matar os
dois por eles estarem envolvidos no assassinato do ex-integrante da cúpula do
PCC Edilson Borges Nogueira, o “Birosca”, amigo pessoal de “Marcola” e de
outros integrantes da cúpula. A decisão de mandar matar Birosca ocorreu quanto
“Marcola” estava no RDD (Regime Disciplinar Diferenciado). Ou seja,
teoricamente, sem comunicação com os demais integrantes da facção.
Além disso, “Gegê do Mangue” e
“Paca” estariam tomando decisões sem o aval da cúpula e desviando dinheiro da
facção.
Segundo a Polícia Civil do Ceará,
quando os corpos foram encontrados, com eles havia um cordão de ouro, com um
pingente de cifrão e um relógio avaliados em cerca de R$ 440 mil. A mansão dentro de um condomínio de luxo onde
eles viviam, em Aquiraz, está avaliada em R$ 2 milhões.
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