Diretores do sindicato dos
professores, sindicato dos servidores públicos municipais de Icó e servidores
federais voltaram a denunciar agressão praticada pelo sargento Geílson Lima,
policial militar, que exerce a função de secretário municipal de Segurança
Pública de Icó e chefe da Guarda Municipal, na noite da última quinta-feira,
22, no Centro Histórico da Cidade, contra docentes e moradores que protestavam
contra projeto de lei do Executivo que propõe redução de carga horária e de
salário de 362 professores.
De acordo com o presidente do
Sindicato dos Servidores Municipais de Icó, José Islênio Pereira (Marcelo) no
fim da tarde, o sargento Geilson Lima voltou a jogar spray de pimenta e dar
tiros de bala de borracha contra os manifestantes. “Infelizmente, ele voltou a
praticar violência contra os professores, jogando spray de pimenta e houve
tiros de bala de borracha”, disse Marcelo. “Foi uma violência menor do que
aquela registrada na segunda-feira passada, mas dessa vez até o promotor de
Justiça de Cedro (Leydomar Pereira) foi atingido por spray de pimenta”.
O presidente do Sindicato dos
Servidores Municipais disse que movimento de protesto é pacífico. “Estamos
lutando por nossos direitos”, frisou. “O povo de Icó é do bem e da paz”.
A presidente da Federação dos
Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Ceará (Fetamce), Enedina Soares,
voltou a criticar os atos de violência e intransigência ocorridos em Icó e
disse que a mobilização dos servidores continua com ingresso de ação judicial
contra a tramitação e aprovação do projeto encaminhado pela prefeita.
Votação - Na noite desta quinta-feira,
aconteceu a segunda votação de projeto de lei encaminhado pela prefeita, Laís
Nunes, à Câmara Municipal propondo redução de 50% de carga horária e de salário
de 362 professores. A votação saiu empatada: 7 a 7. O presidente do
Legislativo, Fernando Nunes, cunhada da prefeita, desempatou a favor do
Executivo.
A novidade foi a votação do
ex-secretário de Educação de Icó, Marconier Mota, e do vereador Weligton
Chiclete, que estavam ausentes na sessão da segunda-feira passada, e decidiram
votar contra o projeto de lei.
Assembleia - Na manhã desta
sexta-feira, 23, houve uma assembleia da categoria na sede do Sindicato dos
Professores Municipais de Icó. “Esse projeto encaminhada pela prefeita é
desumano e muitos professores choraram”, disse o líder sindical, Marcelo.
Após a reunião, um grupo de
sindicalistas procurou o Ministério Público do Estado do Ceará, em Icó, para
pedir apoio e providências contra a violência praticada pelo sargento Geilson
Lima.
“A prefeita Laís Nunes divulgou
nota dizendo que é da paz, mas é ela que mantém o sargento como secretário de
Segurança e o povo de Icó confiou nela”, observou Marcelo, presidente do
Sindicato dos Servidores Municipais de Icó. “A prefeita tem se mostrado uma
gestora fraca, não resolve os problemas e estava ausente da cidade”.
Acordo - Houve um acordo no dia
anterior à segunda votação entre vereadores, representantes dos sindicatos e da
gestão municipal, sob a iniciativa do promotor de Justiça de Icó com o objetivo
de que evitar novos confrontos.
Ficou combinado que a Guarda
Municipal ficaria na Câmara, fazendo a segurança interna, e que policiais
militares fariam o trabalho externo de manter o isolamento da área, feito pelo
Demutran.
Segundo os manifestantes, o
sargento Geilson Lima agiu antes da sessão começar e mesmo na hora da reunião
ausentou-se da Câmara e teria agido contra os professores.
Justificativa - A Prefeitura de
Icó, por meio de nota, informou que atualmente a Folha de Pagamento dos
Servidores de Icó chega a 66%, ultrapassando limites da Lei de Responsabilidade
Fiscal, por isso há a necessidade de reduzir carga horária para adequar as
finanças municipais.
A prefeita Laís Nunes anunciou
que seria instalada uma comissão da administração para ouvir todas as partes e
colher as responsabilidades sobre os incidentes ocorridos nas manifestações, e
por último renovou desejo de paz e diálogo.
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