Gegê do Mangue era
foragido da Justiça
Um taxista que prestou depoimento
no caso da morte dos chefes do PPC no Ceará disse ter deixado o piloto Felipe
Morais, suspeito de participação nos assassinatos, em uma empresa de táxi aéreo
na manhã de 15 de fevereiro. Logo depois, Morais conduziria o helicóptero
levando os dois chefes da facção para o local onde foram mortos. No trajeto no
táxi, o piloto pediu pressa e disse que ''não queria deixar o serviço com outra
pessoa", afirmou o motorista.
Rogério Jeremias de Simone, o Gegê
do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca, foram mortos na manhã do dia 15 de
fevereiro. Os corpos foram encontrados no dia seguinte na mata de uma reserva
indígena, em Aquiraz, a 30 quilômetros de Fortaleza, no litoral leste do
estado, na sexta-feira (16). Gegê era considerado um dos membros da cúpula da
facção.
O taxista que levou o piloto
Felipe Morais contou à polícia que apanhou o cliente às 8h40 em um hotel na
praia do Cumbuco na mesma quinta-feira (15), e ele informou, inicialmente, que
iria para o Aeroporto Internacional Pinto Martins. No entanto, durante o
trajeto, Morais mudou a rota e pediu que o taxista o levasse para uma empresa
de táxi aéreo.
As investigações apontam que Gegê
e Paca embarcaram no helicóptero pilotado por Morais com destino à Bolívia, mas
a aeronave pousou na reserva e os dois foram torturados e assassinados na manhã
do dia 15.
Durante o trajeto, o piloto
falava ao telefone, pedia pressa e chegou a dizer que "não queria deixar o
serviço com outra pessoa". Chegando à empresa, segundo o depoimento do
taxista, o piloto de helicóptero encontrou outras quatro pessoas, ainda não
identificadas pela polícia.
O piloto Felipe Morais, que ainda
não foi localizado pela polícia, disse que foi obrigado a pousar pouco depois
da decolagem. Ele negou ter simulado uma pane na aeronave. Disse ainda que viu
as execuções em Aquiraz.
O advogado de Morais afirmou que
o piloto foi contratado por Wagner Ferreira da Silva, conhecido como Cabelo
Duro, também da cúpula do PCC e executado a tiros na frente de um hotel em São
Paulo na última quinta-feira (22). Segundo a defesa, Morais escondeu o
helicóptero e pretende se apresentar à polícia nesta semana.
Bilhete encontrado na
Penitenciária 2 de Presidente Venceslau indica que Gegê do Mangue e Paca (nas
fotos) foram mortos porque desviaram dinheiro da facção
Bilhete - Um bilhete achado na
Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, reforça a
suspeita investigada pelo Ministério Público de que os dois foram mortos no
Ceará pelo PCC porque supostamente desviaram dinheiro da facção criminosa.
Paca em imagem de
janeiro de 2017 na Praia de Jericoacoara
Férias - Gegê do Mangue estava em
Fortaleza há pelo menos seis meses. Em Aquiraz, cidade onde foi achado morto,
Gegê era dono de uma mansão num condomínio de luxo e vários carros importados.
Os criminosos usavam o período de férias no Ceará para reencontrar familiares.
Há fotos de Paca em um famoso parque aquático do estado e em praias como
Jericoacoara e Canoa Quebrada em janeiro de 2017.
De acordo com o promotor de
Justiça Lincoln Gakiya, o deslocamento do chefe da facção e do comparsa era
feito sempre por aeronaves fretadas que saíam do Paraguai ou da Bolívia direto
para o Ceará.
Na portaria do condomínio de luxo
em Aquiraz, o cadastro dos dois foi feito com nomes falsos. Gegê era “João
Paulo Martinelli” e Paca “Carlos Fabiano Duarte”. Além de usarem documentos
falsos, eles alegavam ser empresários que pretendiam investir na região.
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