segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Taxista - Piloto que levou Gegê 'tinha pressa'

Gegê do Mangue era foragido da Justiça (Foto: Reprodução/TV Globo)
Gegê do Mangue era foragido da Justiça

Um taxista que prestou depoimento no caso da morte dos chefes do PPC no Ceará disse ter deixado o piloto Felipe Morais, suspeito de participação nos assassinatos, em uma empresa de táxi aéreo na manhã de 15 de fevereiro. Logo depois, Morais conduziria o helicóptero levando os dois chefes da facção para o local onde foram mortos. No trajeto no táxi, o piloto pediu pressa e disse que ''não queria deixar o serviço com outra pessoa", afirmou o motorista.
Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca, foram mortos na manhã do dia 15 de fevereiro. Os corpos foram encontrados no dia seguinte na mata de uma reserva indígena, em Aquiraz, a 30 quilômetros de Fortaleza, no litoral leste do estado, na sexta-feira (16). Gegê era considerado um dos membros da cúpula da facção.
O taxista que levou o piloto Felipe Morais contou à polícia que apanhou o cliente às 8h40 em um hotel na praia do Cumbuco na mesma quinta-feira (15), e ele informou, inicialmente, que iria para o Aeroporto Internacional Pinto Martins. No entanto, durante o trajeto, Morais mudou a rota e pediu que o taxista o levasse para uma empresa de táxi aéreo.
As investigações apontam que Gegê e Paca embarcaram no helicóptero pilotado por Morais com destino à Bolívia, mas a aeronave pousou na reserva e os dois foram torturados e assassinados na manhã do dia 15.
Durante o trajeto, o piloto falava ao telefone, pedia pressa e chegou a dizer que "não queria deixar o serviço com outra pessoa". Chegando à empresa, segundo o depoimento do taxista, o piloto de helicóptero encontrou outras quatro pessoas, ainda não identificadas pela polícia.
O piloto Felipe Morais, que ainda não foi localizado pela polícia, disse que foi obrigado a pousar pouco depois da decolagem. Ele negou ter simulado uma pane na aeronave. Disse ainda que viu as execuções em Aquiraz.
O advogado de Morais afirmou que o piloto foi contratado por Wagner Ferreira da Silva, conhecido como Cabelo Duro, também da cúpula do PCC e executado a tiros na frente de um hotel em São Paulo na última quinta-feira (22). Segundo a defesa, Morais escondeu o helicóptero e pretende se apresentar à polícia nesta semana.

Bilhete encontrado na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau indica que Gegê do Mangue e Paca (nas fotos) foram mortos porque desviaram dinheiro da facção (Foto: Reprodução/Divulgação)
Bilhete encontrado na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau indica que Gegê do Mangue e Paca (nas fotos) foram mortos porque desviaram dinheiro da facção

Bilhete - Um bilhete achado na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, reforça a suspeita investigada pelo Ministério Público de que os dois foram mortos no Ceará pelo PCC porque supostamente desviaram dinheiro da facção criminosa.

Paca em imagem de janeiro de 2017 na Praia de Jericoacoara. (Foto: Arquivo pessoal)
Paca em imagem de janeiro de 2017 na Praia de Jericoacoara

Férias - Gegê do Mangue estava em Fortaleza há pelo menos seis meses. Em Aquiraz, cidade onde foi achado morto, Gegê era dono de uma mansão num condomínio de luxo e vários carros importados. Os criminosos usavam o período de férias no Ceará para reencontrar familiares. Há fotos de Paca em um famoso parque aquático do estado e em praias como Jericoacoara e Canoa Quebrada em janeiro de 2017.
De acordo com o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, o deslocamento do chefe da facção e do comparsa era feito sempre por aeronaves fretadas que saíam do Paraguai ou da Bolívia direto para o Ceará.
Na portaria do condomínio de luxo em Aquiraz, o cadastro dos dois foi feito com nomes falsos. Gegê era “João Paulo Martinelli” e Paca “Carlos Fabiano Duarte”. Além de usarem documentos falsos, eles alegavam ser empresários que pretendiam investir na região.

Taxista: piloto que  levou Gegê 'tinha pressa' (Reprodução)

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