Bilhete encontrado na
Penitenciária 2 de Presidente Venceslau indica que Gegê do Mangue e Paca (nas
fotos) foram mortos porque desviaram dinheiro da facção
Gilberto Aparecido dos Santos,
conhecido como "Fuminho", foi o mandante do assassinato de Gegê do
Mangue e Paca, membros de uma facção criminosa que atua em todo o Brasil. A
Justiça do Ceará determinou a prisão dele e de outras quatro pessoas: Erick Machado
Santos, o "Neguinho" - André Luiz da Costa, o "Andrezinho da
Baixada" - Tiago Lourenço de Sá e Ronaldo Pereira Costa.
A Polícia Civil do Ceará divulgou
nesta sexta-feira (2) que a Justiça determinou o sequestro de bens de membros
da facção no estado. Foram cinco imóveis apreendidos, cada um deles avaliados
em mais de R$ 1 milhão; quatro veículos, que somam um valor aproximado de R$
2,5 milhões; e o helicóptero usado no crime, cujo valor de mercado é de R$ 3
milhões.
Rogério Jeremias de Simone, o
Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca, chefes do PCC (Primeiro
Comando da Capital), foram assassinados a tiros em 15 de fevereiro em uma
reserva indígena em Aquiraz, na Grande Fortaleza; os corpos foram localizados
por indígenas no dia seguinte.
Cinco 'executores' - Cinco
pessoas participaram diretamente da execução dos dois, incluindo Cabelo Duro,
assassinado em São Paulo dias depois por "queima de arquivo", segundo
o secretário de Segurança do Ceará, André Costa.
"Eles foram até o local do
crime de helicóptero duas vezes. Na primeira, o piloto foi com cinco executores.
Os executores ficaram no local, e o piloto voltou com o Cabelo Duro ao hangar.
Depois eles decolaram e pegaram Gegê e Paca
em um outro lugar, ainda desconhecido, e levaram os dois até novamente a área
indígena, onde eles foram assassinados a tiros pelos cinco", detalhou
André Costa.
A suspeita da polícia é de que
eles foram mortos a mando de integrantes da própria facção. Um dos indícios é
um bilhete em um presídio de São Paulo, investigado pelo Ministério Público do
Estado. Conforme a mensagem, Gegê e Paca estavam desviando dinheiro da
organização criminosa.
Helicóptero usado em
ataque a Gegê do Mangue foi achado em área de mata de Fernandópolis, no
interior de SP
Uso de helicóptero - Gegê e Paca
foram colocados em um helicóptero como parte de uma emboscada para matá-los. O
argumento era que eles seriam levados para Bolívia; no caminho, o piloto
simulou uma pane na aeronave e fez uma parada na reserva indígena de Aquiraz,
onde foram assassinados.
A aeronave foi comprada por
Cabelo Duro e é avaliada em R$ 3 milhões. O veículo também foi sequestrado por
ordem da Justiça do Ceará. "O helicóptero era um equipamento de luxo, com
capacidade para sete pessoas. Ele foi comprado em nome de laranja e recebido
pelo Felipe [piloto que utilizou a aeronave no dia do crime]", diz André
Costa.
Felipe passa a ser considerado
suspeito de participação direta no crime. "Ele foi ao local duas vezes,
testemunhou os assassinatos e está foragido.
A aeronave foi apreendida nesta
quinta-feira em área de mata em Fernandópolis, no interior de São Paulo.
Ainda conforme a polícia que
investiga o caso no Ceará, o dinheiro desviado da facção era utilizado para
manter uma vida de luxo no litoral cearense. A investigação identificou casas e
carros de luxo entre as posses dos dois. Eles também eram constantemente vistos
em parques e praias do Ceará.
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