sexta-feira, 2 de março de 2018

Polícia Civil do Ceará - Gegê e Paca foram assassinados a mando de Fuminho

Bilhete encontrado na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau indica que Gegê do Mangue e Paca (nas fotos) foram mortos porque desviaram dinheiro da facção (Foto: Reprodução/Divulgação)
Bilhete encontrado na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau indica que Gegê do Mangue e Paca (nas fotos) foram mortos porque desviaram dinheiro da facção

Gilberto Aparecido dos Santos, conhecido como "Fuminho", foi o mandante do assassinato de Gegê do Mangue e Paca, membros de uma facção criminosa que atua em todo o Brasil. A Justiça do Ceará determinou a prisão dele e de outras quatro pessoas: Erick Machado Santos, o "Neguinho" - André Luiz da Costa, o "Andrezinho da Baixada" - Tiago Lourenço de Sá e Ronaldo Pereira Costa.
A Polícia Civil do Ceará divulgou nesta sexta-feira (2) que a Justiça determinou o sequestro de bens de membros da facção no estado. Foram cinco imóveis apreendidos, cada um deles avaliados em mais de R$ 1 milhão; quatro veículos, que somam um valor aproximado de R$ 2,5 milhões; e o helicóptero usado no crime, cujo valor de mercado é de R$ 3 milhões.
Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca, chefes do PCC (Primeiro Comando da Capital), foram assassinados a tiros em 15 de fevereiro em uma reserva indígena em Aquiraz, na Grande Fortaleza; os corpos foram localizados por indígenas no dia seguinte.

Cinco 'executores' - Cinco pessoas participaram diretamente da execução dos dois, incluindo Cabelo Duro, assassinado em São Paulo dias depois por "queima de arquivo", segundo o secretário de Segurança do Ceará, André Costa.
"Eles foram até o local do crime de helicóptero duas vezes. Na primeira, o piloto foi com cinco executores. Os executores ficaram no local, e o piloto voltou com o Cabelo Duro ao hangar. Depois eles decolaram e pegaram  Gegê e Paca em um outro lugar, ainda desconhecido, e levaram os dois até novamente a área indígena, onde eles foram assassinados a tiros pelos cinco", detalhou André Costa.
A suspeita da polícia é de que eles foram mortos a mando de integrantes da própria facção. Um dos indícios é um bilhete em um presídio de São Paulo, investigado pelo Ministério Público do Estado. Conforme a mensagem, Gegê e Paca estavam desviando dinheiro da organização criminosa.

Helicóptero usado em ataque a Gegê do Mangue foi achado em área de mata de Fernandópolis, no interior de SP (Foto: Divulgação)

Helicóptero usado em ataque a Gegê do Mangue foi achado em área de mata de Fernandópolis, no interior de SP

Uso de helicóptero - Gegê e Paca foram colocados em um helicóptero como parte de uma emboscada para matá-los. O argumento era que eles seriam levados para Bolívia; no caminho, o piloto simulou uma pane na aeronave e fez uma parada na reserva indígena de Aquiraz, onde foram assassinados.
A aeronave foi comprada por Cabelo Duro e é avaliada em R$ 3 milhões. O veículo também foi sequestrado por ordem da Justiça do Ceará. "O helicóptero era um equipamento de luxo, com capacidade para sete pessoas. Ele foi comprado em nome de laranja e recebido pelo Felipe [piloto que utilizou a aeronave no dia do crime]", diz André Costa.
Felipe passa a ser considerado suspeito de participação direta no crime. "Ele foi ao local duas vezes, testemunhou os assassinatos e está foragido.
A aeronave foi apreendida nesta quinta-feira em área de mata em Fernandópolis, no interior de São Paulo.
Ainda conforme a polícia que investiga o caso no Ceará, o dinheiro desviado da facção era utilizado para manter uma vida de luxo no litoral cearense. A investigação identificou casas e carros de luxo entre as posses dos dois. Eles também eram constantemente vistos em parques e praias do Ceará.

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