'Quem entra aqui sai
assim', grita um dos criminosos no vídeo
Na mesma semana em que o México
ficou sabendo do destino trágico de três estudantes capturados por
narcotraficantes, assassinados e dissolvidos em ácido, um vídeo divulgado pela
internet amplia ainda mais o cenário de terror vivido no país. Nas imagens, um
integrante do grupo criminoso El 40 y El Chivo Loco “passeia” entre os corpos
de seis policiais, executados com tiros na cabeça.
Enquanto mostra os corpos um por
um, fazendo questão de dar closes nas cabeças ensanguentadas, o homem que grava
o vídeo fala, em tom ameaçador: “Isso é para que saibam que ninguém se mete com
o El 40 e El Chivo Loco. Nossos companheiros não vão morrer em vão. Quem entra
aqui sai assim”.
Os seis policiais foram
executados no dia 17, no município de Petatlán, no estado de Guerrero. Poucas
horas antes, a polícia estadual, o Exército e a Polícia Federal entraram em
confronto com um grupo de criminosos em uma localidade distante 20 km do local
do ataque. Dez civis morreram nesta troca de tiros.
As palavras gritadas pelo homem
que grava o vídeo da execução deixam pouca margem de dúvida sobre o ataque ser
uma retaliação às mortes de membros das gangues ocorridas poucas horas antes.
Guerrero é disputado por cartéis - Já a divulgação do vídeo também
não deixa dúvidas sobre o tamanho e o poder das organizações criminosas no
estado mexicano de Guerrero, mais especificamente na chamada Costa Grande, onde
a execução ocorreu.
Outrora conhecida como destino
turístico, a região onde está a famosa praia de Acapulco agora tem como principal
marca a atuação dos cartéis de drogas e de diversas gangues associadas a eles.
Os confrontos fizeram crescer os
índices de violência no estado, que tem a terceira maior taxa de homicídios do
país. São 64 assassinatos por 100 mil habitantes.
Como foi o ataque aos policiais - Os seis policiais que aparecem
mortos no vídeo divulgado pelos narcotraficantes retornavam, justamente, de 15
dias de trabalho fazendo a segurança de um grupo de moradores em uma comunidade
rural, incluída em programa de proteção pela Justiça mexicana por conta das ameaças
de grupos criminosos.
Eles foram emboscados em uma
estrada para Zihuatenejo. Obrigados a descer do carro, foram alvejado a queima
roupa, no corpo e na cabeça. Não houve tiroteio. Apenas tiros precisos de fuzil
calibre .50.
O governo mexicano proibiu a
veiculação do vídeo e ameaçou prender todos os que estivessem contribuindo para
a sua propagação.
Nos dias seguintes, a polícia
local anunciou que prendeu quatro suspeitos de serem responsáveis pela
execução. Segundo eles, os suspeitos caminhavam bêbados pelo centro Zihuatenejo
carregando fuzis Ak-47.
Segundo relatos de moradores,
cenas assim são comuns na cidade. O comércio fecha cedo. As ruas, antes cheias
de turistas, estão cada vez mais desertas.
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