Débora foi raptada a poucos metros de casa,
enquanto brincava
Aos quatro anos de idade, a
menina Débora Lohany de Oliveira foi vítima da violência, vingança e convicção
de impunidade. A morte com requintes de crueldade que estampou o noticiário
completou um ano. Em 27 de março de 2017, a menina foi raptada a poucos metros
de casa, no bairro Aerolândia. No dia 7 do mês seguinte, o corpo foi
encontrado. Foi na segunda data que o assassinato entrou para as estatísticas
de Crimes Violentos Letais e Intencionais (CVLIs) da Secretaria da Segurança
Pública e Defesa Social (SSPDS).
Ao
longo de um ano (contabilizado de março do ano passado até março de 2018), 13
crianças foram mortas no Estado do Ceará. Nos 12 meses anteriores analisados,
foram contabilizados quatro CVLIs de crianças.
No
caso específico de Débora, para família e populares, a Justiça está sendo
feita, porque, seis dias após o achado do cadáver, o principal suspeito foi
preso e permanece detido. Walderir Batista dos Santos, o 'Bracinho', assim
apelidado por ter o braço esquerdo amputado, foi capturado no Município de
Parnaíba, no Piauí. Já em Fortaleza, na sede da Divisão de Homicídios e
Proteção à Pessoa (DHPP), o suspeito confessou o crime.
De
acordo com a investigação, o preso disse em depoimento que o motivo para o homicídio
foi disputa de espaço entre flanelinhas na região da Aerolândia. À época, a
família da vítima negou qualquer desavença com Batista. Ele foi autuado por
homicídio qualificado, já que a menor não tinha condições de se defender, e
ocultação de cadáver.
No
inquérito, a Polícia Civil destacou que houve "horrenda atuação
criminosa". O laudo emitido pela Perícia Forense do Estado do Ceará
(Pefoce) mostrou que ela foi morta com uma pedrada na cabeça. Recolhido há
quase um ano no Centro de Triagem e Observação Criminológica (CTOC) de Aquiraz,
a 5ª Vara do Júri decidiu, no início de 2018, que Walderir Batista deve ir a
júri popular. A sentença de pronúncia foi proferida no dia 19 de janeiro deste
ano.
Outros casos - O ano de 2017 registrou
outros casos de homicídios que vitimaram crianças. Ainda em abril do ano
passado, a Secretaria da Segurança Pública contabilizou outros três homicídios
dolosos contra pessoas abaixo dos 12 anos.
Além de Débora, em abril de
2017 também foram mortos Vitor Gabriel Silva da Costa, Dhemilly Naylane Machado
Morais e Thayla Rodrigues Maciel Paz, esta última, de 8 anos de idade,
assassinada a tiros, no bairro Jardim Iracema.
Na
noite de 12 de junho, o menino de três anos de idade, Gabriel de Sousa Moura,
foi uma das cinco vítimas da Chacina de Horizonte. De acordo com testemunhas, o
garoto estava acompanhado da mãe em um bar, quando foram surpreendidos por
homens fortemente armados. Disputa por tráfico de drogas teria motivado a ação.
Em
setembro, outro menino foi morto em um bar. Kauã de Assis estava no
estabelecimento em Jaguaribe quando foi atingido por um tiro. Chegou a ser
socorrido, mas morreu na unidade de saúde. Um homem, o alvo dos suspeitos que
efetuaram os disparos, também morreu.
Outro
fato envolvendo crianças que repercutiu no meio policial foi o incêndio que
resultou nos homicídios de três irmãos.
Francisco
Erik Rodrigues de Sousa, 5; Maria das Graças Rodrigues de Sousa, 8; e Natália
Rodrigues de Sousa, 10; morreram com a mãe. O caso foi registrado na casa da
família, no Município de Ipueiras, no dia 4 de dezembro de 2017.
A
motivação seria discussão entre os pais dos menores. Francisco Clóvis Camelo,
principal suspeito pela atrocidade, foi preso nas horas seguintes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário