Além da condenação no caso
triplex, que levou Lula à prisão da Lava Jato, o petista ainda enfrenta outras
sete ações penais e uma denúncia da Procuradoria. Dois processos estão nas mãos
do juiz federal Sérgio Moro e outros cinco sob competência da 10.ª Vara Federal
de Brasília.
O ex-presidente da República se
entregou no último sábado (7) em meio a uma intensa conversa entre seus
advogados e a Polícia Federal. Depois do último comício, nos braços de
apoiadores, no qual disse 'desafiar’ procuradores, policiais e juízes para
debater sobre as provas que levaram à sentença de 12 anos e um mês de prisão
por suposta propina de R$ 2,2 milhões correspondentes às reformas no imóvel do condomínio
Solaris, em Guarujá.
Ainda na Lava Jato em Curitiba,
Lula é réu duas vezes, na Vara de Moro. Em uma das ações, responde por suposta
propina de R$ 12,5 milhões da Odebrecht — o valor é referente a um terreno em
São Paulo onde, segundo delatores, seria sediado o Instituto Lula, e imóvel
vizinho ao seu apartamento em São Bernardo do Campo. Assim como o triplex, a
força-tarefa afirma que os imóveis foram comprados por meio do uso de
'laranjas’ e custeados pela empreiteira.
Perante ao juiz Sérgio Moro,
também se defende de ação em que é acusado de receber das empreiteiras OAS,
Odebrecht e Schahin vantagens indevidas de R$ 1,1 milhão por meio de reformas
no Sítio Santa Bárbara, que frequentou diversas vezes, em Atibaia, e está em
nome de Fernando Bittar, do filho de seu correligionário e ex-prefeito de
Campinas, Jacó Bittar.
Sob tutela dos juízes Vallisney
de Souza Oliveira e Ricardo Leite, respectivamente titular e substituto da 10ª
Vara Federal em Brasília, e onde tramitam outros cinco processos contra Lula
relacionados às operações Janus, Lava Jato e Zelotes.
No âmbito da Operação Janus, Lula
é réu por corrupção, lavagem de dinheiro, organização criminosa e tráfico de
influência por supostamente ter recebido valores da Odebrecht por meio de uma
empresa do sobrinho de sua ex-mulher, Taiguara Rodrigues. Segundo o MPF, "as
práticas criminosas ocorreram entre, pelo menos, 2008 e 2015 e envolveram a
atuação de Lula junto ao BNDES e outros órgãos sediados em Brasília com o
propósito de garantir a liberação de financiamentos pelo banco público para a
realização de obras de engenharia em Angola". Em delação premiada, a
Odebrecht entregou contrato, em Angola, com a empresa Exxergia, pertencente a
Taiguara, e disse que somente o contratou a pedido de Lula. Os detalhes dos
relatos continuam sob sigilo.
Carros - Lula responde a outros
dois processos, no âmbito da Operação Zelotes. Um é sobre suposta aceitação de
promessa de vantagem indevida de R$ 6 milhões para favorecer montadoras na
edição da medida provisória 471, de novembro de 2009.
Já o processo sobre suposto
tráfico de influência e corrupção na compra dos caças Grippen estava paralisado
para cumprimento de cartas rogatórias, quando é necessário ouvir pessoas fora
do País ou em localidades fora de Brasília, e deve ter seus interrogatórios
realizados em fevereiro. A previsão é que em março o caso esteja concluso para
sentença do juiz Vallisney de Souza Oliveira. O caso foi revelado pelo Estado
em 2015.
Em outra denúncia, Lula e
companheiros de partido, como o ex-ministro e candidato a delator Antônio
Palocci, a ex-presidente Dilma Roussef, entre outros, são acusados por formarem
suposta 'organização criminosa’. Apelidado de 'Quadrilhão do PT’, o caso foi
denunciado pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot em 2017. A
denúncia acusa recebimento de R$ 1,48 bilhão em propinas pelos petistas, no
esquema de desvios na Petrobrás. O ministro Edson Fachin encaminhou a denúncia
contra 16 pessoas para a Justiça Federal de Brasília.
A defesa do ex-presidente tem
negado, reiteradamente, com veemência, todas as acusações. Os advogados afirmam
que Lula é vítima de perseguição política.
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