O hasteamento da bandeira, momento mais esperado, desse domingo, aconteceu por volta das 17h30. Um show pirotécnico acompanhou o mastro sendo erguido. Até chegar ao largo da Igreja Matriz, cerca de 200 homens carregaram a árvore por 8KM
De uma ponta a outra, o colorido
tomou conta das ruas de Barbalha, no Cariri cearense, ontem, no hasteamento do
Pau da Bandeira de Santo Antônio. Há três anos reconhecida como patrimônio
imaterial brasileiro, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (Iphan), a festa reuniu cerca 200 mil pessoas na sua abertura oficial,
ao longo de todo o domingo. O ponto alto da celebração foi quando
aproximadamente 200 homens conduziram o mastro, pesando mais de duas toneladas
e com 23 metros de comprimento. Até o dia 13 de junho, um público de 150 mil é
esperado na cidade.
A movimentação começou cedo, às
7h, com a II Cavalgada Santo Antônio que saiu do Estádio Inaldão até a Igreja
do Rosário. Cerca de 500 cavaleiros desfilaram nas ruas. Pouco depois, a missa
com a bênção da bandeira do padroeiro foi realizada. Ainda durante a manhã,
mais de 80 grupos de tradição popular se reuniram para sair em cortejo, da
Igreja Matriz até a Paróquia do Rosário. Reisado, penitentes, capoeira,
maneiro-pau, vaqueiros, foram algumas das manifestações apresentadas.
Nem o calor forte impediu a
animação do grupo de 80 crianças que seguiu atrás do cortejo carregando o Pau
da Bandeira Mirim, feito de metalon, papel panamá e papelão reforçado. Uma
réplica menor do mastro oficial. Esta tradição foi criada há mais de 15 anos e,
no início, era feito com uma pequena madeira enrolada no papelão.
Protesto - Um grupo de
mulheres da região do Cariri organizou uma manifestação política dentro do
cortejo para lembrar os altos índices de violência na região, principalmente,
em Barbalha. O Município não possui Delegacia da Mulher e está entre os números
mais altos de feminicídio do Ceará.
Cortejo - Como de
costume, o Pau da Bandeira entrou no Largo da Igreja do Rosário no fim da
tarde. O mastro percorreu percurso, de quase 8Km, do Sítio São Joaquim, local
onde foi retirada a rama branca - árvore utilizada -, até o largo da Igreja
Matriz. Na Rua do Vídeo, os 200 carregadores dividiram espaço com milhares de
pessoas que, espremidas, tentam tocar e pegar uma lasca da madeira, uma
simpatia antiga para quem deseja casar.
Bloqueio - A segurança,
neste domingo, foi reforçada por 400 homens da Polícia Militar, Polícia Civil,
Corpo de Bombeiros e Guarda Civil. Nas entradas do Centro Histórico, foi
organizada uma grande revista para evitar o porte de armas na festa. No
entanto, por volta das 15h, nas entradas da cidade foram organizados protestos
contra o aumento de combustível. Ao todo, foram dois bloqueios: na CE-060, que
liga a Juazeiro do Norte, e outro na CE-293, para Missão Velha. O trânsito
ficou lento, mas os manifestantes liberaram os veículos aos poucos. Isso não
afetou o público que lotou Barbalha.
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