Túmulos deteriorados, manutenção
precária e um amplo histórico de problemas acumulados ao longo de dezenas de
anos, traduzem a situação do cemitério Senhora Santana, de Iguatu. Até alguns
dias atrás o sepulcrário era administrado pela Paróquia de Senhora Sant"Ana,
que agora, depois de uma ampla negociação entre a Diocese de Iguatu, passa a
ser gerido por uma empresa privada, a Ômega Construções e Serviços, que também
administra o cemitério Parque da Saudade.
A parceria se deu através de
contrato de terceirização por um período de 20 anos. O pároco da Matriz de
Senhora Santana, Carlos Roberto, disse que o acordo se deu após oito meses de
conversação entre as partes interessadas, representadas pelos respectivos
setores jurídicos. O religioso destacou que diante das dificuldades da paróquia
em promover melhorias naquele espaço, iniciou-se um debate que culminou com a
terceirização do espaço. "As pessoas sempre nos perguntava como
poderíamos melhorar aquele espaço, e vimos como solução esse caminho. Sentamos
com o Conselho Paroquial e a Diocese e decidimos estreitar essa parceria",
disse.
Padre Roberto destaca ainda as
contrapartidas exigidas pela igreja junto à empresa. "A principal é que a
empresa tenha o zelo que nunca pudemos ter. Todos conhecem a atual situação do
espaço, tomado por lixo e insegurança", pontuou. Ele informou ainda que,
apesar da mudança para a iniciativa privada, os antigos funcionários devem
permanecer prestando serviços no equipamento.
A fundação do cemitério de
Senhora Sant"Ana aponta para o início do século 20, por volta do ano de
1913, conforme registros de duas lápides que se encontram no local, como se lá
tivessem sido sepultados dois entes queridos.
As mudanças devem causar
polêmicas junto à população, que passará a arcar com taxas de manutenção, que
de início está estipulada em R$ 20 reais mensais. "Como qualquer mudança, essa
pode acarretar algum tipo de insatisfação. Vamos transpor essa barreira com
diálogo e serviço prestado da melhor forma. Quando chegar o Dia de Finados
todos vão perceber que foi a melhor escolha", disse o padre Roberto.
O funcionário mais antigo do
espaço, José André da Silva, de 76 anos, conhecido por "Zé Coveiro",
espera dias de tranquilidade. Ele disse que se for para melhorar, acredita que
a população que possui parentes sepultados no cemitério vai gostar da mudança.
"Todos esperam que mude para melhor", resumiu.
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