O radialista Gomes Farias revelou
na última terça feira (12), pelo Facebook, por que deixou a Verdinha e foi para
a Jovem Pan News Fortaleza e a Cidade AM 860. Ele disse que na outra emissora
as coisas estavam ficando estranhas e que tinha muita gente invejosa e
incompetente. O texto longo tem como título “Os trens da vida”.
Sobre o seu novo desafio, Farias
explica que traz muita coisa boa. “Mas a mala gigantesca de inveja deixei lá no
outro trem, não a quero comigo, é muito pesada”.
Confira o texto de Gomes Farias
OS TRENS DA VIDA - Lá
pelos meados dos anos 60 resolvi, depois de muita insistência de um primo,
fazer um teste para locutor esportivo na rádio Dragão do Mar. Para minha
surpresa, fui aprovado, mas precisava pegar experiência. Então, minha missão
era levar um gravador de ROLO (Enorme e pesado) para o estádio, gravar minha
narração e mostra-la ao diretor da rádio para que ele corrigisse meus erros.
Finalmente consegui seu crivo para começar a narrar os jogos menos importantes.
Embarquei neste trem, que não era veloz nem grande, muito menos poderoso, mas
era o começo. Nele eu fazia de tudo: Limpava o chão, ajudava com o carvão,
fazia tudo aquilo que um aprendiz faz para aprender e crescer, finalmente virei
o maquinista. Uma hora este trem ficou pequeno para meu potencial e tive que
mudar de trem, para um maior e mais veloz. Embarquei então em um segundo trem,
mais veloz e robusto, que me permitia ir ainda mais rápido e longe, mas este
também ficou pequeno, e assim se sucederam vários trens em minha vida. Um dia,
um cidadão chamado Edson Queiroz, que tinha um trem modesto, mas muita vontade
de crescer, me fez uma oferta irrecusável para ser o maquinista do trem dele.
Sempre imbuído dos melhores propósitos, aceitei o desafio de assumir aquele
trem (que era bem fraquinho na época) e fomos ganhando corpo. Nos anos 80 já
éramos imbatíveis. Permanecemos assim durante muitos anos, comemoramos muitas
vitórias, cheguei a achar que encerraria minha carreira de maquinista naquele
suntuoso, moderno, potente e veloz trem. Mas uma hora as coisas mudaram, o dono
do trem morreu, os filhos dele também, e a partir daí o trem começou a tomar
rumos que iam de encontro a minha filosofia. Uma hora deixei de ser o
maquinista para ser o cara que jogava lenha no forno. As coisas ficaram
estranhas, eu guiava e mantinha os rumos do trem, mas o maquinista era outro.
Este trem tinha muita gente boa e capacitada, mas também tinha muita gente
invejosa e incompetente. Todo tipo de sucesso incomoda, comigo não foi
diferente. Resignei-me. Aceitei o que me fora imposto, mas dizem que, quando
Deus fecha uma porta, ele abre uma janela. Permitam-me discordar, pois no meu
caso, Deus fechou uma porta e abriu um PORTÃO. Recebi um convite para ser
maquinista de dois trens (Simultaneamente) e ainda participar de um terceiro. Este
último trem sem duvida é o mais top de todos. Faço parte agora da maior rede de
rádios do Brasil, a Jovem Pan News, além da rádio Cidade AM 860. Neste momento
ele está começando a andar, mas vai mais veloz e mais longe que qualquer outro,
pois os donos do trem respeitam meus anos de experiência e meus cabelos
brancos, no outro anterior também respeitavam antes, agora não mais. Quanto a
bagagem, trago comigo muita coisa boa, mas a mala gigantesca de inveja deixei
lá no outro trem, não a quero comigo, é muito pesada. Um grande abraço a todos.
Aguardo vocês dia 21/06/2018 para narração do jogo Ceará X Bahia pela Jovem Pan
News 92,9 e Cidade AM 860 em cadeia.
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