Auricélio Sousa Freitas, o 'Celinho',
de 35 anos, estava em um Corolla, cor preta, blindado, quando foi abordado por
uma patrulha do Cotam
Um dos principais fundadores e
membro da atual liderança da facção criminosa Guardiões do Estado (GDE) foi
preso. Ontem, policiais militares capturaram Auricélio Sousa Freitas, o
'Celinho', de 35 anos, por volta das 19h, no bairro Dionísio Torres, em
Fortaleza.
'Celinho' estava em um Corolla,
cor preta, blindado. A prisão foi realizada por uma equipe do Comando Tático
Motorizado (Cotam) companhia que pertence ao Batalhão de Polícia de Choque
(BPChoque).
A Secretaria da Segurança Pública
e Defesa Social (SSPDS) informou que, na ocasião, o homem apresentou um
documento com a sua foto e nome falso, contudo a equipe sabia de quem realmente
se tratava. 'Celinho' vinha sendo procurado desde o início deste ano, sob a
suspeita de ser um dos mandantes da Chacina das Cajazeiras.
Após a captura, Auricélio Freitas
foi encaminhado para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP),
no bairro de Fátima.
Buscas - Em depoimento,
há três meses, a mãe de 'Celinho' havia informado ao Poder Judiciário que não
tinha notícias e nem sabia do paradeiro do filho desde o dia primeiro de
janeiro deste ano. No último mês de maio, a Secretaria da Segurança Pública e
Defesa Social (SSPDS) divulgou que investigação relacionada ao episódio das
'Cajazeiras' estava finalizada, mas as buscas seguiam aos acusados.
Além de Auricélio Sousa Freitas,
o inquérito apontou que outros membros da facção ordenaram e organizaram o ataque
ao Forró do Gago, são eles: Deijair de Sousa Silva, Noé de Paula Moreira,
Misael de Paula Moreira e Zaqueu Oliveira da Silva.
Deijair foi preso no dia 19 de
fevereiro deste ano; Noé já estava recluso no Instituto Penal Professor Olavo
Oliveira (IPPOO II); Zaqueu foi capturado no Conjunto Ceará, no último dia 24
de maio; e Misael Moreira acabou detido pela PM, no bairro Parangaba, há uma
semana.
Além da participação na maior
chacina do Estado, 'Celinho' é suspeito de expulsar dezenas de famílias das
suas casas, na comunidade 'Babilônia'
Ficha extensa - Associação
criminosa, homicídio qualificado, tráfico de drogas e porte ilegal de arma de
fogo. A ficha criminal de Auricélio Sousa é longa e inclui crimes de grande
repercussão no Ceará.
Além da participação na maior
chacina do Estado, episódio que resultou em 14 mortes, ele é suspeito de
expulsar dezenas de famílias das suas casas, na comunidade 'Babilônia'.
A Comunidade, até então, dominada
por 'Celinho', teve sua rotina modificada devido à ameaçadas em nome da GDE.
Nas paredes, pichações ordenavam a saída imediata de famílias sob ameaça de
"toca fogo em tudo(sic)". Outra ação criminosa reivindicada pela
Guardiões do Estado foi a série de ataques a ônibus e prédios públicos na
Capital e Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), nos meses de março e abril
de 2017.
Auricélio Sousa é cunhado de João
Bosco da Rocha, o 'João Presinha', quem, conforme uma fonte ligada à
Inteligência da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS),
financiou os primeiros grandes ataques da GDE. Também de acordo com a fonte,
'João Presinha' se mudou para outro Estado do Brasil, já no primeiro semestre
deste ano.
Com a viagem, 'Celinho' e filhos
de João Bosco teriam assumido por completo o alto escalão da organização
criminosa local. Apesar da informação concedida por um oficial, a defesa de
'João Presinha' assegura que ele "não faz e nunca fez parte de facção criminosa"
não tem envolvimento com o grupo.
A Guardiões do Estado (GDE) foi
criada em 2015, no bairro Conjunto Palmeiras, a partir da organização de
integrantes de uma torcida de futebol organizada. O grupo ganhou força ao
arregimentar jovens para o 'mundo do crime'. Desde então, o grupo vem
demonstrando, com barbáries públicas, que age diferente das demais facções
atuantes no Ceará.
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