Silveirinha era
"batizado" pela cúpula do PCC e se aliou à GDE para exterminar o CV
no Ceará
A ordem veio do comando-geral do
PCC, em São Paulo. O “Salve-Geral” foi determinado pela “Sintonia Fina” (a
cúpula) da facção paulista para que fosse iniciada mais uma temporada de
ataques criminosos em Fortaleza, com características de terrorismo urbano. A
sequencia de atentados se deve a uma represália da organização criminosa pela
morte de um dos seus “batizados”, o assaltante de bancos e traficante de drogas
José Sílvio dos Santos Vieira, o “Vieirinha”.
Batizado em São Paulo pela cúpula
do PCC, com respaldo do narcotraficante Marcos William Herbas Camacho, o
“Marcola”, o número um da quadrilha, “Silveirinha” era um dos homens fortes do
PCC no Ceará e um dos responsáveis pela aliança da facção com a GDE (Guardiões
do Estado). O objetivo da união das duas organizações criminosas no Ceará foi
uma só: somar forças para destruir o inimigo comum: o Comando Vermelho (CV).
“PCC puro”, o bandido juntou-se a outros dois
criminosos para comandar a guerra local contra o CV, mas os três acabaram
mortos na manhã da última quinta-feira, durante uma operação da Polícia Civil
na cidade de Amontada. Além dele, tombaram
Francinei Nobre da Silva, o “Gangão” e Francisco Adriano Martins da Silva, o
“Macumbeiro”. Os três administravam o
poderio das duas facções nos bairros de Fortaleza e forneciam a logística para
o extermínio dos inimigos.
Quando a notícia sobre a morte de
“Silveirinha”, de “Macumbeiro” e de “Gangão” chegou aos ouvidos de seus aliados
e também inimigos presos no Complexo Penitenciário de Itaitinga, onde estão as
seis Casas de Privação Provisória da Liberdade (CPPLs), a reação foi imediata:
o CV comemorou e o PCC e GDE se revoltaram. A informação foi enviada à
“Sintonia Fina”, em São Paulo, e de lá veio a ordem para o início do “salve
geral”.
Salve geral - Durante
toda a tarde e noite de quinta-feira (26) começaram os preparativos para os
ataques. O primeiro ocorreu logo na madrugada de sexta, com o incêndio
criminoso no pátio do Detran onde estavam centenas de motonetas – tipo 150 –
apreendidas e que seriam levadas à leilão.
Horas depois, teve início a queima de coletivos e os ataques com tiros
em delegacias, bancos e outros prédios, públicos privados.
Munidos de celulares, os chefes
locais das duas facções ordenaram que seus “soldados” em cada bairro,
realizassem os atentados. E mais, buscassem atacar no território do CV para
confundir as autoridades policiais e a Inteligência. Prova disso é que nenhum
ataque ocorreu na área do Grande Bom Jardim, que é dominado pelo PCC/GDE.
Assim foi feito. E desde a
madrugada de sexta-feira a Capital cearense tem sido palco das ações
criminosas, que já contabilizam, ao menos, 28 ataques. Entre os alvos estão
duas delegacias da Polícia Civil, um quartel da Polícia Militar, a sede da
Secretaria Municipal de Segurança Cidadã e duas agências bancárias, a sede da
Perícia Forense (Pefoce), além de 15 coletivos.
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