terça-feira, 31 de julho de 2018

CRIME ORGANIZADO - Mortes de bandidos do PCC e dos GDE provocaram “salve geral” para ataques em Fortaleza

Silveirinha era "batizado" pela cúpula do PCC e se aliou à GDE para exterminar o CV no Ceará

A ordem veio do comando-geral do PCC, em São Paulo. O “Salve-Geral” foi determinado pela “Sintonia Fina” (a cúpula) da facção paulista para que fosse iniciada mais uma temporada de ataques criminosos em Fortaleza, com características de terrorismo urbano. A sequencia de atentados se deve a uma represália da organização criminosa pela morte de um dos seus “batizados”, o assaltante de bancos e traficante de drogas José Sílvio dos Santos Vieira, o “Vieirinha”.
Batizado em São Paulo pela cúpula do PCC, com respaldo do narcotraficante Marcos William Herbas Camacho, o “Marcola”, o número um da quadrilha, “Silveirinha” era um dos homens fortes do PCC no Ceará e um dos responsáveis pela aliança da facção com a GDE (Guardiões do Estado). O objetivo da união das duas organizações criminosas no Ceará foi uma só: somar forças para destruir o inimigo comum: o Comando Vermelho (CV).
 “PCC puro”, o bandido juntou-se a outros dois criminosos para comandar a guerra local contra o CV, mas os três acabaram mortos na manhã da última quinta-feira, durante uma operação da Polícia Civil na cidade de Amontada.  Além dele, tombaram Francinei Nobre da Silva, o “Gangão” e Francisco Adriano Martins da Silva, o “Macumbeiro”.  Os três administravam o poderio das duas facções nos bairros de Fortaleza e forneciam a logística para o extermínio dos inimigos.
Quando a notícia sobre a morte de “Silveirinha”, de “Macumbeiro” e de “Gangão” chegou aos ouvidos de seus aliados e também inimigos presos no Complexo Penitenciário de Itaitinga, onde estão as seis Casas de Privação Provisória da Liberdade (CPPLs), a reação foi imediata: o CV comemorou e o PCC e GDE se revoltaram. A informação foi enviada à “Sintonia Fina”, em São Paulo, e de lá veio a ordem para o início do “salve geral”.

Salve geral - Durante toda a tarde e noite de quinta-feira (26) começaram os preparativos para os ataques. O primeiro ocorreu logo na madrugada de sexta, com o incêndio criminoso no pátio do Detran onde estavam centenas de motonetas – tipo 150 – apreendidas e que seriam levadas à leilão.  Horas depois, teve início a queima de coletivos e os ataques com tiros em delegacias, bancos e outros prédios, públicos privados.
Munidos de celulares, os chefes locais das duas facções ordenaram que seus “soldados” em cada bairro, realizassem os atentados. E mais, buscassem atacar no território do CV para confundir as autoridades policiais e a Inteligência. Prova disso é que nenhum ataque ocorreu na área do Grande Bom Jardim, que é dominado pelo PCC/GDE.
Assim foi feito. E desde a madrugada de sexta-feira a Capital cearense tem sido palco das ações criminosas, que já contabilizam, ao menos, 28 ataques. Entre os alvos estão duas delegacias da Polícia Civil, um quartel da Polícia Militar, a sede da Secretaria Municipal de Segurança Cidadã e duas agências bancárias, a sede da Perícia Forense (Pefoce), além de 15 coletivos.

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