sábado, 14 de julho de 2018

Jovem diz que foi agredido para "parar de ser veado"

Era o último mergulho antes de procurar o bar mais próximo para ver a seleção brasileira jogar nas quartas de final da Copa do Mundo. O estudante de publicidade Lucas Acácio de Souza, 23, saiu do mar na praia no bairro José Menino, em Santos (litoral paulista), pegou um cigarro e foi pedir um isqueiro a uns rapazes que estavam na orla.
Lucas é gay e conta que depois de pedir o isqueiro foi agredido por pelo menos seis homens porque eles não gostaram da forma como ele falava e gesticulava. O jovem, que é do interior de São Paulo e mora na capital paulista, publicou um desabafo nas redes sociais com uma foto de como o seu rosto ficou após a agressão.
Ele disse que dois homens foram hostis quando ele se aproximou pedindo o isqueiro emprestado e que zombaram da maneira que ele se expressava. "Eu falei para a minha amiga o que tinha acontecido, ela não gostou e foi reclamar com eles. Eles chegaram a bater nela e eu fui defendê-la. Disseram para ela 'seu namoradinho vai apanhar para parar de ser veado' e começaram a me bater". Ele conta que outros quatro homens se juntaram aos dois para agredi-lo.
Lucas contou ainda que ele e amiga, que mora com ele em São Paulo, chegaram a Santos na noite anterior para celebrar o encerramento do semestre na PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), onde ambos estudam. "Estávamos na praia, nadando, brincando. A gente estava feliz e eles se incomodaram com o meu jeito. Tudo isso aconteceu minutos antes do jogo do Brasil, enquanto todo mundo olhava para a televisão, eu estava apanhando".
Na postagem, ele diz ter recebido chutes no estômago e na cabeça, socos na cara e "muita crueldade e covardia" e que chegou a ficar inconsciente por causa dos golpes que recebeu. "Lembro de levantar do chão, pegar minhas coisas e gritar para minha amiga correr dali senão eu iria morrer", desabafou.

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