Era o último mergulho antes de
procurar o bar mais próximo para ver a seleção brasileira jogar nas quartas de
final da Copa do Mundo. O estudante de publicidade Lucas Acácio de Souza, 23,
saiu do mar na praia no bairro José Menino, em Santos (litoral paulista), pegou
um cigarro e foi pedir um isqueiro a uns rapazes que estavam na orla.
Lucas é gay e conta que depois de
pedir o isqueiro foi agredido por pelo menos seis homens porque eles não
gostaram da forma como ele falava e gesticulava. O jovem, que é do interior de
São Paulo e mora na capital paulista, publicou um desabafo nas redes sociais
com uma foto de como o seu rosto ficou após a agressão.
Ele disse que dois homens foram
hostis quando ele se aproximou pedindo o isqueiro emprestado e que zombaram da
maneira que ele se expressava. "Eu falei para a minha amiga o que tinha
acontecido, ela não gostou e foi reclamar com eles. Eles chegaram a bater nela
e eu fui defendê-la. Disseram para ela 'seu namoradinho vai apanhar para parar
de ser veado' e começaram a me bater". Ele conta que outros quatro homens
se juntaram aos dois para agredi-lo.
Lucas contou ainda que ele e
amiga, que mora com ele em São Paulo, chegaram a Santos na noite anterior para
celebrar o encerramento do semestre na PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica
de São Paulo), onde ambos estudam. "Estávamos na praia, nadando,
brincando. A gente estava feliz e eles se incomodaram com o meu jeito. Tudo
isso aconteceu minutos antes do jogo do Brasil, enquanto todo mundo olhava para
a televisão, eu estava apanhando".
Na postagem, ele diz ter recebido
chutes no estômago e na cabeça, socos na cara e "muita crueldade e
covardia" e que chegou a ficar inconsciente por causa dos golpes que
recebeu. "Lembro de levantar do chão, pegar minhas coisas e gritar para
minha amiga correr dali senão eu iria morrer", desabafou.
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