Douglas Silva (esq.) e Felipe
Macedo Pontes (dir.) foram mortos por policiais militares em São Bernardo do
Campo, em 2011
O capitão da Polícia Militar,
Hebert Saavedra, será julgado nesta quarta-feira (29), no Fórum de São Bernardo
do Campo, pela morte dos adolescentes Douglas Silva e Felipe Macedo Pontes,
ambos de 17 anos. O crime aconteceu em 30 de novembro de 2011, em São Bernardo
do Campo.
O ex-soldado Alberto Fernandes de
Campos e o ex-cabo Edson Jesus Sayas Junior também são réus no processo, mas
não serão julgados nesta quarta-feira, pois recorreram da sentença de pronúncia
do juiz titular da Vara do Júri de São Bernardo do Campo.
O juiz havia decidido que os três
deveriam ser julgados pelo júri popular. O Tribunal de Justiça, no entanto,
ainda analisa os recursos das defesas do soldado e do cabo - ambos foram
expulsos da PM.
Na época da morte dos dois
adolescentes, Saavedra comandava a equipe da Força Tática.
BO apenas seis horas depois
- A versão apresentada pelos policiais durante a investigação e processo
criminal foi a de que os adolescentes reagiram e foram mortos em confronto.
Eles comunicaram o caso à Polícia Civil, para elaboração de Boletim de
Ocorrência, seis horas depois da abordagem.
No entanto, depoimentos de
testemunhas prestados para a Polícia Civil e Ouvidoria de Polícia indicaram que
os jovens foram executados pelos policiais, sem qualquer tipo de reação. Uma
delas afirmou que presenciou o momento em que policiais tiraram armas de fogo
de dentro da viatura e as colocando nas mãos dos jovens.
As duas vítimas tinham acabado de
sair da Escola Estadual (EE), quando foram abordados e mortos pelos policiais,
sob a alegação de que teriam cometido um roubo na região.
“Esse suposto roubo jamais
ocorreu, já que nenhuma ocorrência do tipo foi registrada na delegacia da área,
assim como nenhuma vítima ou testemunha do suposto crime foi localizada pela
própria polícia”.
De acordo com o inquérito do
Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Felipe foi morto no
momento da abordagem e Douglas foi morto a caminho do hospital, logo depois de
ter falado para uma testemunha que temia ser morto pelos policiais no trajeto
para o hospital, pelo fato de ter presenciado a morte do amigo.
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