quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Capitão da PM vai a júri popular por morte de dois adolescentes em 2011 no ABC Paulista

Douglas Silva (esq.) e Felipe Macedo Pontes (dir.) foram mortos por policiais militares em São Bernardo do Campo, em 2011 (Foto: Arquivo pessoal)
Douglas Silva (esq.) e Felipe Macedo Pontes (dir.) foram mortos por policiais militares em São Bernardo do Campo, em 2011

O capitão da Polícia Militar, Hebert Saavedra, será julgado nesta quarta-feira (29), no Fórum de São Bernardo do Campo, pela morte dos adolescentes Douglas Silva e Felipe Macedo Pontes, ambos de 17 anos. O crime aconteceu em 30 de novembro de 2011, em São Bernardo do Campo.
O ex-soldado Alberto Fernandes de Campos e o ex-cabo Edson Jesus Sayas Junior também são réus no processo, mas não serão julgados nesta quarta-feira, pois recorreram da sentença de pronúncia do juiz titular da Vara do Júri de São Bernardo do Campo.
O juiz havia decidido que os três deveriam ser julgados pelo júri popular. O Tribunal de Justiça, no entanto, ainda analisa os recursos das defesas do soldado e do cabo - ambos foram expulsos da PM.
Na época da morte dos dois adolescentes, Saavedra comandava a equipe da Força Tática.

BO apenas seis horas depois - A versão apresentada pelos policiais durante a investigação e processo criminal foi a de que os adolescentes reagiram e foram mortos em confronto. Eles comunicaram o caso à Polícia Civil, para elaboração de Boletim de Ocorrência, seis horas depois da abordagem.
No entanto, depoimentos de testemunhas prestados para a Polícia Civil e Ouvidoria de Polícia indicaram que os jovens foram executados pelos policiais, sem qualquer tipo de reação. Uma delas afirmou que presenciou o momento em que policiais tiraram armas de fogo de dentro da viatura e as colocando nas mãos dos jovens.
As duas vítimas tinham acabado de sair da Escola Estadual (EE), quando foram abordados e mortos pelos policiais, sob a alegação de que teriam cometido um roubo na região.
“Esse suposto roubo jamais ocorreu, já que nenhuma ocorrência do tipo foi registrada na delegacia da área, assim como nenhuma vítima ou testemunha do suposto crime foi localizada pela própria polícia”.
De acordo com o inquérito do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Felipe foi morto no momento da abordagem e Douglas foi morto a caminho do hospital, logo depois de ter falado para uma testemunha que temia ser morto pelos policiais no trajeto para o hospital, pelo fato de ter presenciado a morte do amigo.

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