O estudo apontou onde as facções
dominam territorialmente o tráfico e ordenam mortes
Uma recente pesquisa realizada
por fontes de Inteligência da Segurança Pública aponta que, além do Ceará,
também são palcos dessa matança por território do tráfico de drogas entre PCC e
CV os seguintes estados: Acre, Roraima, Pará, Amapá, Tocantins, Rio Grande do
Norte, Alagoas e Rondônia.
Nos nove estados, a ordem para
matar os inimigos e expulsar de casa seus simpatizantes é cumprida fielmente
pelo enorme exército de delinqüentes armados.
E essa ordem vem de cima para baixo, isto é, desce da cúpula geral das
facções para os presídios estaduais e chegam rapidamente às ruas, onde
“soldados” executam sumariamente os inimigos e seus familiares: adultos,
idosos, jovens, adolescentes e até crianças não são poupados pelos
matadores. No Ceará, das 312 mulheres
assassinadas neste ano, quase 70 por cento delas foram vítimas das facções.
No ano passado, a matança sem
controle no Ceará levou o estado a bater seu próprio recorde no número de
Crimes Violentos, Letais e Intencionais (CVLIs), isto é, os assassinatos –
homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte. Foram cerca de 5,3 mil
Situações nos estados - Além
dos nove estados onde ocorre a “guerra” entre as facções, há aqueles em que um
só grupo comanda o crime organizado. De acordo com as autoridades de
Inteligência, o PCC tem supremacia em seu estado de origem, São Paulo, e também
em Sergipe, Piauí e Mato Grosso do Sul.
Já o Comando Vermelho (CV),
domina os presídios, o tráfico de drogas e o contrabando de armas no território
do estado do Mato Grosso.
Há, ainda, aqueles estados onde
os conflitos são agravados pela presença de bandos locais que atuam em conluio
com as grandes facções, se tornando uma espécie de bandos armados regionais
fomentados por CV e PCC, além de outros que se dizem independentes, como pé o
caso das milícias. São eles: Amazonas, Maranhão, Goiás, Rio Grande do Sul,
Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco, Bahia
e Espírito Santo, além do Distrito Federal.
Matança no Ceará - No
Ceará, a “guerra” PCC x CV tem ainda um terceiro protagonista, no caso a facção
local originada do tráfico de drogas e dos conflitos entre gangues de bairros e
torcidas organizadas. Chama-se Guardiões do Estado (GDE), que recebe logística
do PCC para o enfrentamento local ao CV. Essa facção se ampliou dentro das cadeias
e presídios cearenses e hoje domina grande parte dos bairros periféricos de
Fortaleza e sua Região Metropolitana. Os confrontos e mortes decorrentes dessas
escaramuças são diários e viraram um pesadelo para as comunidades.
A expulsão de moradores de suas
casas, os assassinatos brutais com decapitações e esquartejamentos, antecedidos
de seqüestros e sessões de torturas, além de chacinas e resgates de presos, se
tornaram uma rotina na Grande Fortaleza desde 2016, ano em que foi rompido o
tal “pacto pela Paz” entre as facções na periferia da cidade.
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